O bom contra-ataque
Há uma discussão velada sendo travada nos bastidores do futebol brasileiro a respeito da melhor postura estratégica nos confrontos com gigantes europeus na final do Mundial.
Enquanto muita gente mundo afora ainda elogia a atuação do Flamengo, por ter encarado o campeão europeu gerando volume e intensidade, há quem a considere um plano de jogo equivocado. E tão somente por uma razão: o desnivelamento no estágio físico das equipes — uma com 75 jogos disputados no ano, a outra com 29.
Futebol reativo
O fato de as últimas conquistas de times brasileiros terem sido obtidas com o chamado futebol reativo estimula a reflexão. O São Paulo de Paulo Autuori, em 2005, o Internacional de Abel Braga, em 2006, e o Corinthians de Tite, em 2012, tiveram em comum a preocupação em cadenciar a partida, buscando a posse de bola e alternando a intensidade do jogo.
O modelo visa evitar o desgaste, fazendo do contra-ataque a chave para abrir o sistema de marcação dos europeus. Foi assim, pelo menos, em 2005, 2006 e 2012.
Peito aberto
Jorge Jesus apostou no duelo de peito aberto. Ignorou o maior número de jogos do Flamengo na temporada e dividiu com o Liverpool do alemão Jürgen Klopp a posse de bola e ações ofensivas.
Encantou, gerou orgulho, mas perdeu num lance de contra-ataque, sem pernas para a recomposição do sistema defensivo — reparem a lentidão de Willian Arão após o lançamento de Henderson. Lance que lembra o gol de Raul em lançamento de Seedorf na, em tese, injusta derrota (2 a 1) do Vasco de Antônio Lopes para o Real Madrid do holandês Guus Hiddink, em 1998, no Japão.
Feliz Natal a todos.