Ninguém solta a mão
O Ministério da Saúde cobrou esforços dos secretários estaduais no combate ao coronavírus. Enquanto recebe cobranças de repasses para gastos com atendimentos da doença, a pasta pediu que os representantes começassem a pensar nos cenários possíveis de aumento do contágio do vírus e que mandassem sugestões.
Em tom de bronca, o secretário nacional de Vigilância, Wanderson Oliveira, disse estar falando de forma direta e franca e solicitou empenho e contribuições objetivas.
Foco - "Não adianta ficar enviando um monte de coisas por e-mail. Ninguém mais usa email, só os burocratas", escreveu Oliveira. "Temos muita coisa para fazer ainda. Portanto, sugiro envidar esforços em colocar a mão no teclado e escrever sugestões. É isso que esperamos". Alguns secretários viram tom de desespero.
Pressa - Diante da previsão do aumento de contaminados pelo coronavírus, o governo da Bahia planeja dobrar o número de leitos de UTI de 800 para 1.600. O estado tem três casos confirmados e 187 suspeitos. Para conseguir realizar a meta, diz que precisa de R$ 75 milhões do Ministério da Saúde e se queixa da demora na liberação de verba.
Mascarados - Dirigentes de dez centrais sindicais discutem nesta quinta (12) se é o caso de desmarcar os atos convocados para o próximo 18 em razão da pandemia de coronavírus. As manifestações foram convocadas para defender o serviço público, o emprego e os direitos sociais, mas os sindicalistas temem o contágio com a aglomeração.
Mudo - As menções aos atos pró-governo do domingo (15) começaram a perder fôlego no Twitter, segundo a Diretoria de Análise de Políticas Públicas, da FGV. Foram 3,6 milhões de citações de 20 de fevereiro até a última terça (10), mas em tendência declinante desde o início de março.
Alvo - Na última semana, o alvo das menções passou a ser Rodrigo Maia (DEM-RJ), com a hashtag #euqueromaianacadeia, que teve 76.000 postagens desde sábado (7). Desde fevereiro, #maiagolpista e #euqueromaianacadeia tiveram 145.300 e 79.900 ocorrências.
Drone - A leitura de membros da equipe econômica é que Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) foi convencido pelos líderes Eduardo Gomes (MDB-TO) e Fernando Bezerra (MDB-PE) a fechar o acordo que deu parte do Orçamento ao Congresso.
Cartas na mesa - Mesmo que tenha provas de que houve fraude nas eleições, o presidente Jair Bolsonaro poderá ter problemas se não as apresentar logo. Para especialistas em direito administrativo, não exibi-las configuraria prevaricação e quebra de decoro
Conte mais - "Se ele sabe de um ilícito, tem a obrigação de comunicar à Justiça", diz Floriano de Azevedo Marques Neto, diretor da Faculdade de Direito da USP. "Quebrar decoro é não agir de acordo com o que demanda o cargo", afirma a advogada Mônica Sapucaia.
Nunca vi... - Coordenador da campanha de Bolsonaro, Gustavo Bebianno diz duvidar que ele tenha provas de que as eleições foram fraudadas. Bolsonaro nunca mencionou qualquer suspeita após o resultado, afirma.
...Nem ouvi - "Mandei um advogado eleitoral e dois ou três técnicos em informática ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para acompanhar e não houve nenhum sinal de coisa irregular", diz o ex-ministro.
De olho - O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vai investigar a atuação das quatro principais empresas do mercado de auditorias. O processo foi aberto após o Tribunal de Contas da União suspender contratação feita pelo Serpro da Pricewaterhouse Coopers.
Faça você mesmo - O contrato de R$ 12,3 mi previa serviços de avaliação de segurança da informação que, para o TCU, poderiam ser realizados pelo Serpro, órgão de processamento de dados do governo.
Visita à Folha - O diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog, Rogério Sottili, visitou a Folha nesta quarta-feira (11). Estava acompanhado de Cristina Fernandes, coordenadora de comunicação, Isabel Rodrigues, assessora da direção executiva do instituto, e Anaísa Silva, diretora de atendimento da CDI Comunicação.
TIROTEIO
"Nessa falta de diálogo e competição irresponsável de força entre o Executivo e o Legislativo quem perde é o Brasil".
Do deputado Vinicius Poit (Novo-SP), sobre a votação que terminou com o aumento de R$ 20 bi em despesas do governo com o BPC