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Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

Muitos gênios da humanidade foram disléxicos

| 28/01/2020, 07:27 07:27 h | Atualizado em 28/01/2020, 07:30

Os primeiros profissionais que se interessaram pelos distúrbios da linguagem foram os oftalmologistas, afirmando não serem os olhos que leem, mas o cérebro. É importante lembrar que o indivíduo disléxico não tem comprometimento intelectual.

Dislexia é um distúrbio genético que dificulta o aprendizado e a realização da leitura e da escrita.
O cérebro, por razões ainda não esclarecidas, tem dificuldade para encadear as letras e formar os vocábulos, e não relaciona direito os sons às sílabas formadas. Como sintoma, a pessoa começa a trocar a ordem de certas letras, ao ler e escrever.

Enfatizando, a dislexia não tem nada a ver com baixo quociente de inteligência.

No meio da dificuldade habita a oportunidade. O importante não é aprender tudo, mas aprender a aprender, aprender a se desenvolver e aprender a continuar se desenvolvendo. Aprendizados são biológicos em suas raízes, sociais em seus fins e mentais em seus meios.

Pessoas disléxicas se atrapalham com as palavras, mas costumam brilhar junto aos cálculos, por exemplo.

O comportamento desses indivíduos também varia. Alguns são desorganizados, enquanto outros se mostram metódicos. Existem disléxicos falantes, enquanto outros são bastante tímidos.

A dislexia ocorre mais no sexo masculino. Existem diversos graus de intensidade e o diagnóstico costuma surgir na infância, quando a criança está aprendendo a ler e escrever. Não é raro, porém, que casos mais leves sejam surpreendidos na adolescência ou fase adulta.

Por se tratar de um distúrbio genético, não há como prevenir a dislexia. A saída é detectá-la precocemente para assegurar o aprendizado da criança e sua qualidade de vida.

Embora a dislexia não tenha cura, é possível levar uma vida normal se houver, desde cedo, suporte especializado.

O tratamento com fonoaudiólogo e psicólogo permite criar estratégias para superar as dificuldades com as palavras e outras eventuais barreiras, no dia a dia. A terapia também é importante para dirimir possíveis crises de autoestima.

Muitos gênios da humanidade foram disléxicos, como Agatha Christie, Albert Einstein, Auguste Rodin, Charles Darwin, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Picasso, Rafael, Arthur Rimbaud, Thomas A. Edison, Vincent Van Gogh e Walt Disney.

Quem descobre outras formas de linguagem, descobre o mundo.Quando Michelangelo ergueu o martelo contra o joelho de Davi e gritou “fala”, ele estava mostrando a perfeição de sua arte, que só faltava falar, além de sua disléxica e criativa linguagem.

Rodin era outro escultor obsessivo com a perfeição, como se quisesse fazer suas figuras falarem. Seu “Pensador” é um ser que faz um esforço hercúleo para pensar. O gênio estaria se autorretratando como disléxico.

Van Gogh criou cores com tonalidades variadas, na ânsia de retratar sua maneira diferente de ver, que poderia ser a de um disléxico. Picasso inaugurou uma nova forma de arte, o Cubismo, essa curiosa forma de ler a realidade.

Dante Alighieri, o criador da língua italiana, clareava os meandros por onde o seu cérebro viajava, lembrando-nos de que o artista é um condenado à beleza, por maiores que sejam as suas limitações.

Arthur Rimbaud arrebentou as válvulas da linguagem, criando a poesia moderna. Ao arrombar as entranhas das palavras, virando-as pelo avesso, a dislexia mostra-se como bênção e tormento, que dão frutos.

Não devemos amaldiçoá-la por atrapalhar a vida. Ela pode estar abrindo caminhos para uma existência mais criativa. A intuição do disléxico pode ser muito bem um estalo de gênio.

A inteligência é aquilo que usamos quando não sabemos o que fazer. Uma boa aula é aquela que começa com perguntas e termina com perguntas.

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