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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Moradias dignas no meio de uma pandemia

| 25/03/2020, 06:54 06:54 h | Atualizado em 25/03/2020, 06:59

O caos social em que estamos imersos no momento suscita em mim, como arquiteta e também cidadã, uma inquietude acerca de moradias e suas tipologias. Faz-se necessário repensarmos nos aglomerados urbanos e espaços de habitação dos quais usufruímos, e sua relação com o meio ambiente e as situações de impacto social.

Essa questão envolve diversos atores: arquitetos, engenheiros, estudiosos de moradia, poder público, cidadãos, entre outros interessados. Sabe-se que é preciso que nesses espaços de moradia procurar manter a casa sempre arejada, quanto mais o ar circular no ambiente melhor.

É de suma importância, que esse ar sempre esteja se renovando. Ficando sempre atento com os locais de mais uso e locais úmidos – como banheiro, cozinha e quarto. Como integrante da diretoria do Instituto Brasileiro de Arquitetura (IAB-ES) e pesquisadora mestranda na linha de habitação, essa circunstância atual me convoca a refletir sobre a complexidade de muitas habitações no Brasil.

Há espaços consolidados já de forma inadequada para momentos de normalidade, e, pior ainda, numa situação como a que estamos vivenciando. Muitos apartamentos vinham sendo pensados e planejados com espaços reduzidos, com pouca ventilação, em que o ar-condicionado é a forma de arejamento.

Agora, por força das circunstâncias, estão abrigando pessoas em confinamento, obrigadas a ficarem em casa em restrição social, trabalhando em home office. Fico apreensiva em relação a como as pessoas estão se relacionando com suas habitações em tempos de coronavírus e, ainda mais, como em muitos lugares está sendo possível evitar-se a contaminação, justamente pela inadequação de espaços habitáveis.

E ainda pior, se algum integrante da família contrai a Covid 19, situação em que o ar-condicionado deve ser evitado, assim como locais fechados e sem ventilação. Acredito que devido à pandemia de coronavírus, reflexões sobre comportamentos humanos vão surgir, como discussões relacionadas às moradias brasileiras.

Existem muitas habitações que não asseguram a seus moradores qualidade de vida, por diversos fatores. Algumas por serem construídas e pensadas em um morador que fica mais fora que dentro de casa. Já outras, por conta de questões financeiras, acabam sendo um barril de pólvora para propagação de um vírus, como nas favelas.

Há um quadro estrutural de desigualdade existente na sociedade brasileira, e que em um momento como o atual, de pandemia, merece uma atenção especial, sobretudo por já viverem em desvantagem em relação ao restante da coletividade nacional.

Algumas indagações surgem: quais são as estratégias para melhorar essas habitações? Como podemos mobilizar o Brasil no sentido de observar e valorizar a qualidade de vida?

Embora não tenha resposta para tais questões deixo essas perguntas no ar como proposição de debates futuros. Quem sabe na própria sede do IAB-ES?

Polyana Lima é diretora de Comunicação do IAB-ES e aluna especial no mestrado em Arquitetura e Cidade.

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