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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Menos cortes e mais cultura

| 10/01/2020, 08:46 08:46 h | Atualizado em 10/01/2020, 08:52

A cultura faz parte da estrutura identitária de um povo. É o elo de pertencimento do indivíduo com a coletividade, e deve ser tratada como política pública, de matriz constitucional.

Se depender dos poderes públicos, motivos não faltam para que nós produtores culturais estejamos pessimistas quanto a vários aspectos da cultura em 2020. Mas, por outro lado, confiamos na criatividade dos muitos agentes culturais, que batalham pela cultura. Os artistas, os escritores, e o público em geral. Assim enfrentaremos esta situação.

É muito triste ver o templo maior da cultura capixaba, o Teatro Carlos Gomes, referência para os mais importantes artistas locais e nacionais, que se apresentaram na capital do Estado, se manter fechado por tanto tempo.

Ouvimos dizer que o governo vai iniciar a reforma necessária e tão esperada.

Torcemos que se concretize, e que possamos ter, ainda neste ano, nosso teatro maior vivo. Que voltemos a ter grandes produções encenadas aqui. Esperamos também que diversas manifestações artísticas possam ser produzidas e consumidas pelos capixabas e visitantes.

Teremos, neste ano, o retorno dos debates eleitorais municipais, momento de se perceber o quanto a cultura deveria ser prioridade numa gestão pública, mas não é. Pautados em discursos superficiais e improvisados, muitos candidatos não conseguem uma comunicação eficiente com seu eleitorado.

Conhecer as demandas de todas as áreas da cidade é fundamental, incluindo a cultura. A extinção do Ministério da Cultura (MinC), fora de qualquer projeto político, em um cenário de grave crise política, inaugurou uma série de dilemas enfrentados pelos agentes de cultura em 2019. A ofensiva contra a arte dita “degenerada” revelou cenário no qual os artistas foram alçados à categoria de inimigos.

Promessa de campanha, o desmonte protagonizado pelo presidente Bolsonaro traduz a decadência do diálogo e a exaltação da intolerância como moedas das relações.

Cenário horripilante, o mesmo País que testemunhou há um ano o extermínio de um importante ministério, encerrou dezembro em meio às cinzas do atentado à bomba direcionado ao escritório do grupo de arte Porta dos Fundos.

Qualquer diálogo básico com quem sobrevive diretamente na área evidencia um misto de preocupação, revolta e até esperança. Enquanto os escombros do MinC sobrevivem como “puxadinho” do Ministério do Turismo, censura e cortes no investimento sinalizam pessimismo.

Precisamos, mais que nunca, nos manter otimistas e perseverantes. Nunca o Brasil foi tão respeitado cinematograficamente, com obras a todo instante fazendo parte de grandes festivais. É esta ingestão de autoestima que precisamos dar ao nosso povo, para que tenhamos orgulho de nós mesmos.

O coletivo é muito importante, para nos conhecermos e compartilharmos trabalhos e informações. Hoje mais do que nunca cultura é, e a arte em especial, lugar de resistência. Cultura nos une e fortalece!

Manoel Goes Neto é presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha e diretor no IHGES

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