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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Marinho, um rio capixaba de história pouco conhecida

| 23/03/2020, 07:06 07:06 h | Atualizado em 23/03/2020, 07:09

Pouco conhecida dos capixabas é a história e a importância do Rio Marinho para o Espírito Santo. Desde o século XVIII, quando da chegada dos padres jesuítas que promoveram a sua ligação, através de um canal, ao rio Jucu, tornando possível a navegação e o transporte de mercadorias, bens e equipamentos, das fazendas produtoras de gêneros agrícolas até o Colégio de São Thiago, hoje a sede do governo estadual, o Palácio Anchieta, em Vitória.

Além da navegação, o Rio Marinho colaborou para o abastecimento de água em Vitória nos fins do século XIX.
Em meados do século XX, com obras de saneamento, suas águas eram tratadas para servir de fonte de abastecimento para a Grande Vitória até a década de 1970, quando este sistema foi abandonado. Os moradores ribeirinhos utilizavam-no para pesca de subsistência, lavar roupas ou para fins de recreação.

Responsável ainda pelo crescimento dos bairros São Torquato e Cobi. Como também Jardim América e Itaquari.

Hoje cabe uma reflexão sobre os problemas e possíveis soluções para as cidades cortadas por rios. No Brasil, inúmeros são os exemplos de rios em meio urbano, a exemplo do Marinho, que foram descaracterizados, poluídos e que, à vista de alguns gestores, são vistos como fonte de problemas constantes, especialmente ao se tratar de enchentes urbanas, como a que assolaram o sul do Espírito Santo e cidades de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo; em janeiro último. Tragédias conhecidas e esperadas todos os anos.

Com a inauguração da Rodovia Carlos Lindenberg, ligando o centro de Vila Velha à cidade de Vitória, primeira rodovia asfaltada do Estado, inaugurada pelo presidente Getúlio Vargas em setembro de 1951, fez alavancar o crescimento urbano da região, com a formação de novos bairros adjacentes à via, entre eles Cobilândia, que foi lançado no mesmo dia da inauguração da rodovia.

“Cobilândia, a futura Manchester Brasileira”, este foi o slogan da campanha de lançamento na época. Um sucesso de venda.

A falta de saneamento básico é um dos maiores problemas ambientais e sociais no País e constitui o principal poluente dos rios urbanizados, representado principalmente pelos efluentes domésticos, industriais e resíduos sólidos.

Para a zona costeira, drena grande parte dos rios das regiões hidrográficas estes problemas ambientais, sendo as bacias hidrográficas costeiras aquelas que influenciam diretamente nessa porção territorial, o que contribui, e muito, para o aumento dos conflitos no uso das águas.

O pequeno Rio Marinho passou por muitas transformações empreendidas pelo homem, desde o século XVI até os dias de hoje. Entretanto, foi durante o século XX que o Rio Marinho entrou em decadência no aspecto ambiental, devido ao processo de urbanização a partir dos anos 1950. Fica a esperança de que neste século o Rio Marinho possa ter a sua dignidade recuperada.


Manoel Goes Neto é presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha.

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