Marilândia decreta fim do rodízio para abertura do comércio
O município de Marilândia, no Noroeste do Espírito Santo, entrou nesta semana no grupo de alto risco para contaminação pelo novo coronavírus. Embora seja obrigado pelo decreto estadual a manter o comércio funcionando de sistema de revezamento, o prefeito Geder Camata assinou decreto na última sexta-feira (10) para que as lojas sigam abrindo as portas de segunda a sexta sem rodízio.
O decreto do prefeito começou a valer nesta segunda-feira (13), na cidade de cerca de 13 mil habitantes e que, pela primeira vez teve classificação de risco alto para contaminação pelo novo coroanvírus.
De acordo com o prefeito, a cidade tem um comércio pequeno e a experiência em outras cidades mostra que o revezamento na abertura dos estabelecimentos não surtiu efeito no isolamento social.
“Traz mais prejuízo econômico do que isolamento. Nos municípios maiores onde houve esse revezamento, não teve ganho de isolamento”, defendeu Camata.
O prefeito explicou que, seguindo o decreto do governo, as lojas vão continuar funcionamento no limite de seis horas, de 10h às 16h, de segunda a sexta-feira e fechadas nos finais de semana.
“O decreto é para que não ocorra o rodízio de funcionamento em dias pares e ímpares. A gente entende que não há uma vantagem desse rodízio em uma cidade pequena, como Marilândia, onde mais de 50% da população mora fora da sede. Nós, a equipe de saúde e a CDL observamos que o grau de contaminação é pequeno no comércio e o volume de pessoas que passam por esses comércios é pequenos por conta da crise”, afirmou o prefeito.
Camata reforçou que não é uma afronta ao decreto estadual e que deseja manter o diálogo aberto com governo e Ministério Público do Estado.
De acordo com ele, uma reunião entre prefeitos, Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) e Ministério Público está marcada para as 10h, desta terça (14). Camata e mais outros prefeitos pretendem apresentar sugestão para que a regra do rodízio seja revista em cidades pequenas classificadas como risco alto.
“Atendemos a todos os decretos e medidas de segurança desde o início, quando se iniciaram as barreiras sanitárias e os testes. Agora, depois de quatro meses, já com conhecimento melhor da informação, sabendo os casos em Marilândia e, com o acompanhamento dos casos diariamente pela equipe de saúde, isso nos dá uma certa segurança para nesse caso do comércio não trazer prejuízo para o tratamento dos pacientes e continuar a impedir a proliferação do vírus”, justificou.
O Painel Covid-19, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), mostra que Marilândia tem 224 casos confirmados da doença e 3 mortes.
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