Mantra musical de rapper capixaba
O rapper 6ok (lê-se Dok), integrante do grupo Solveris, deu um novo significado para a sexta-feira 13. Em vez de azar, ele deixou de lado a superstição e lançou “Aconteceu O Que Tinha Que Acontecer”, seu primeiro álbum solo, no mesmo dia em que completou 24 anos.
Com 13 faixas, o trabalho, que passeia pelo rap, trap e até o punk rock, está disponível em todas as plataformas e no YouTube.
Todas essas facetas musicais, quando ligadas umas às outras, são como pistas que o ouvinte terá para conhecer o passado artístico do jovem cachoeirense.
“Eu sou do soul e R&B, mas sempre fui muito eclético. Já passei pelo rock, reggae e fui conhecendo outras vertentes, como o samba e o pagode. Queria passar nesse álbum para onde essa versatilidade me levou”, explica o 6ok.
Também há no disco diversas participações especiais, como Cacau Alves (SP), Patiff (RJ), Ni Munhoz (SP), TAVN (SP/ES) e J-Lega (EUA). A parceria com o rapper americano foi algo que aconteceu por acaso.
“Começamos a trocar ideia no Instagram e agora somos amigos. Ele mora em Nova Iorque e a faixa em que ele participa, 'Nova Capa, Velho Eu', é a síntese do álbum”, salienta o capixaba.
Além de ter produzido a maioria dos beats do álbum, o artista contou com a ajuda nas batidas dos parceiros musicais Seithèn (SP) e dos capixabas VTbeats, Kabeh, Lealgab e Jone BL.
Mensagem
Contudo, se a parte musical do disco é multicolorida, a mensagem que ele passa em suas letras tem a ver com a frase do disco. Segundo 6ok, “Aconteceu O Que Tinha Que Acontecer” é como se fosse um mantra que serve de respostas para os desafios.
“A frase tem dois lados, o positivo e o negativo, como a ideia de Yin e Yang. Esse mantra sempre esteve presente comigo”, ressalta.
E completa: “Cada canção no álbum é uma experiência vivida por mim. São coisas do cotidiano que qualquer uma das pessoas pode ter vivido, seja num relacionamento, na carreira, com os pais”.
E a exposição, ao abrir tanto sua intimidade nas músicas, não o deixa apreensivo? “Todo músico tem que se expor de alguma forma. Quando você faz música, tem que tirar de algum lugar. De onde vem esse lugar, se não de suas vivências?”, questiona ele.
O artista já tem engatilhado novos projetos na agulha. Inclusive um trabalho que deve ser lançado na metade do próximo ano.
“Ele vai se chamar 'Somos O Que Importa' e vai ter uma pegada mais soul e R&B. Acredito que tenho capacidade de ser um novo representante do R&B brasileiro”, aposta o capixaba.
AT2 Esteve planejando esse disco solo por dois anos. Como foi?
6ok - No início, quando estávamos com o Solveris, os quatro tinham carreira solo. Aquele sonho da carreira solo sempre permaneceu nos quatro integrantes. E eu tinha algumas faixas que fazia em casa.
Então, são essas músicas que podem ser escutadas hoje?
Não. Quando cheguei a oito faixas, eu pensei que fosse aquilo. Porém, com o passar do tempo, elas não tinham contexto e fui tirando algumas. Por isso foram dois anos.
Aconteceram outras coisas e fui tendo outras ideias e percepções. Então, quis transformá-lo em uma obra de arte, e não em um álbum qualquer.
Por que lançar o álbum no dia em que completou 24 anos?
Veio a vontade de virar a página. Queria lançar no meu aniversário para fechar um ciclo.
O “som” do álbum não é mais o que estou fazendo hoje. A musicalidade que estou curtindo hoje é soul e R&B.
Como foi que teve a ideia da frase que batiza o seu disco?
Quando veio o “insight” de “Aconteceu O Que Tinha Que Acontecer”, eu pensei que era uma frase bonita, como se fosse uma filosofia de vida.
Nesse momento, o álbum tinha um outro nome e achei que não tinha sentido batizá-lo assim. Acho que realmente aconteceu o que tinha que acontecer.
Você leva esse mantra como se fosse uma forma de evoluir?
Sim. Ela vem me ensinando a cada dia. Quando eu acho que sei de algo, eu não sei de nada. A gente está sempre aprendendo. É uma experiência mesmo.
Quero levar esse mantra para as pessoas através das minhas músicas.
Mudou o seu nome artístico e colocou um 6 nele. Por quê?
Tem uma coisa de simbolismo, mas também foi uma questão de procurar fazer com que as pessoas chegassem a mim nas redes sociais. Hoje as pessoas me conhecem como “six” ou “six okay”, que é como se lê 6ok. O aumento de interação nas redes foi 100%.
Houve participação do rapper americano J-Lega no álbum. Como rolaram as outras?
Eu já queria chamar uma galera para levar o meu álbum a lugares maiores.
Muita gente escutava minhas músicas e não conseguia imaginar alguém fora do Solveris cantando comigo.
Fui conhecendo pessoas, mas tinha ideia de chamar outras mais famosas, como o (trapper) Dalua e Budah, aqui do Estado.
Mas fiz o convite a outros músicos e eles aceitaram e se sentiram tocados. E a gente foi construindo, aos pouquinhos, o trabalho.
Quais os projetos para o ano que vem?
No início do próximo ano, vamos lançar álbum do Solveris. Ainda não falei o nome para ninguém... Ele vai se chamar “Coisa Popular”. Vai ter participações da Gavi, Budah, Gabriela Brown e algumas vozes do Amaro Lima.
Também devo lançar, com o rapper Magro, álbum “Amores Frescos 2”. Já tem cerca de 50% do trabalho pronto.
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