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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Lições do surfe e de uma saudável convivência

| 14/09/2020, 07:44 07:44 h | Atualizado em 14/09/2020, 07:50

O Espírito Santo é um grande destino do surfe nacional, com praias de ondas perfeitas, boa localização e fácil acesso, com infraestrutura para seus praticantes. O surfe evoluiu, não é mais o esporte dos cabeludos parafinados, dos rebeldes sem causa. Ele se desenvolveu como um esporte de massa e contribui para uma sociedade melhor.

Em nível profissional, o esporte movimenta milhões em pranchas, acessórios e roupas. Mas no nível amador, aquele surfista que acorda às 5 horas da manhã, passa na casa de um amigo e se encontra com vários outros na praia, é diferente. Ele movimenta outros valores. Entrar no mar com o dia clareando e o sol nascendo no horizonte eleva o prazer de praticar o esporte e vai além do individual, prevalecendo o espírito coletivo.

O surfe permite que aquele empresário, gestor ou estudante comece seu dia com a cabeça tranquila, já que no momento que está na água aguardando uma boa série ou naquela remada para chegar na arrebentação, o seu dia vai passando pela sua cabeça de maneira suave e tranquila. Neste momento, ele tem a solução para todos os passos do seu dia, estar em liberdade no mar, surfando ondas incríveis, e o encontro com a natureza se transforma em um momento máximo do surfe como uma filosofia de vida.

Na Praia D’Ulé, localizada na divisa das cidades de Vila Velha e Guarapari, um dos grandes picos do surfe do Estado, é possível encontrar, além dos veteranos do esporte, uma nova geração que nasce com as escolinhas e seus vários estilos, do mais clássico, com pranchões de longboard, como as mais radicais, com pranchas menores e velozes. E o mais legal, não importa o sexo ou a idade, pode ser uma criança de 5 anos ou um avô de 70 anos, o que vale é começar a surfar e se apaixonar pelo esporte.

E quem passa pela praia D´Ulé não pode deixar de conhecer o “Muskito Pura Vida”, batizado de Charles, que tem este apelido há tempos. Ele estaciona todos os dias sua caravan 79 com uma pintura diferente para vender vários produtos aos frequentadores da praia, tendo como seu principal cliente os surfistas, que fazem de seu carro o point de encontro depois de pegar suas ondas. Ali todos degustam um bom açaí ou um bolo de banana integral.

Muskito para seu carro na orla, e sai para trabalhar em um comércio em frente. Aí você me pergunta: como ele faz para receber? Quem confere o consumo? É neste momento que os praticantes do surfe, que por muito tempo foram estigmatizados de malandros, preguiçosos e de vida fácil, dão um show de civilidade: a maioria dos frequentadores do local compra os produtos da caravan, faz os pagamentos via aplicativo ou coloca o valor na caixinha.
A ideia é pegar o produto desejado e pagar na base da honestidade. Em momentos específicos do dia, Muskito passa lá para abastecer o carro de produtos e aproveita para bater um papo com seus clientes. O que Muskito e seus clientes nos ensinam é que vale a pena acreditar nas pessoas. Com uma pequena ação e sem muitas pretensões, ele contribui com a economia, o turismo e o esporte.

Paulo Maia é gestor de hotelaria

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