Jesus na causa

Ouvi reflexão interessante do colunista Renato Prado no último domingo sobre o momento que vive o torcedor rubro-negro: que, se pudesse escolher, entre a permanência de Jorge Jesus e a conquista do título estadual, talvez a maioria optasse pela continuidade do técnico. Tenho lá minhas dúvidas se a perda do bicampeonato para o esforçado Fluminense não apressaria o esgotamento da relação entre o português e setores do clube.

Seja lá como for, e pelo conjunto da obra, o time rubro-negro segue favorito à conquista. Mas a atração desta quarta-feira é ainda a novela da possível saída do técnico que mexeu na autoestima do futebol do país.

Novidades

Novidades sobre o tema. Na segunda-feira, o Benfica captou 50 milhões de euros com a venda de ações na bolsa de valores europeia.

A SAD (Sociedade Autônoma Desportiva) do clube atraiu 3.688 investidores e o valor arrecadado é fundamental no convencimento para o retorno de Jesus.

O problema é que ontem a CMVM (Comissão do Mercados de Valores Imobiliários) suspendeu as negociações por causa de investigações a denúncias de fraudes fiscais na contabilidade do Grupo Benfica.

Esclarecimentos

O presidente Luís Felipe Vieira, o financeiro Miguel Pereira, e o executivo da SAD, Domingo Soares de Oliveira, prestaram esclarecimentos sobre o gasto de 1,8 milhão de euros justificado como pagamentos de serviços de consultoria de informática que não foram prestados.

Como a direção do Benfica não comenta processos em trâmite na Justiça, a CMVM diz que enquanto não receber explicações nenhuma ação poderá ser negociada.

Indisponível

Ou seja: por ora, o dinheiro captado no dia anterior não está disponível para investimentos, como deseja Jorge Jesus. Mas, se ele for mesmo embora, é bom que seja erguendo seu sexto troféu em um ano.

Porque Odair Hellmann, o técnico do Fluminense, já mostrou que é possível, sim, neutralizar o sistema que fez do português um treinador diferente. Tenho a sensação de que os tricolores hoje jogam o Fla-Flu pela classe desbancada...