Site vende passeios em locais destruídos na Ucrânia
Segundo a plataforma, cada passeio do pacote custa cerca de R$ 260. EUA afirmam que as rotas são perigosas e alertam seus cidadãos
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Em meio a cidades destruídas na guerra contra a Rússia, um site da Ucrânia vende passeios a lugares que foram palcos de bombardeios para turistas que querem conhecer o país.
Um dos pacotes, chamado Brave Cities (Cidades Corajosas, em tradução livre), oferece visitas a pontos turísticos de cidades como Chernihiv, Kharkiv e Mykolaiv por exemplo, que sofreram intensos ataques de Moscou.
Segundo a plataforma, cada passeio do pacote custa 50 euros (cerca de R$ 260), sendo que também há opções de passeios nas regiões de Sumy e Lviv. Ao todo, são nove alternativas de rotas a escolher.
Na divulgação dos planos disponíveis, o site mostra imagens de prédios destruídos, ruas cobertas de escombros. Uma das imagens mostra um míssil caído na rua.
Mesmo com os anúncios, o site alerta para que os viajantes "não se coloquem em situação de risco saindo durante toques de recolher ou alarme aéreo".
A plataforma também sugere que o turista "vá a cidades relativamente seguras, não a locais onde atividades hostis estejam em andamento".
O Departamento de Estado dos Estados Unidos assimilou a Ucrânia ao nível 4 em uma escala de segurança para determinar o quão seguro o local é para receber visitantes. Assim sendo, o valor na escala faz com que o governo estadunidense não recomende que seus cidadãos viajem ao país europeu.
No entanto, apesar do risco, no site visitukraine.today são disponibilizadas recomendações em inglês para garantir a segurança dos turistas — além de algumas imagens que podem servir como prévia para a visão que se pode ter do local. Ali, são oferecidas informações sobre como cruzar as fronteiras do país, além de informações sobre cidades com bombardeamentos em atividade.
Risco de “nova Chernobyl”
O grupo do G7, que reúne as sete democracias mais industrializadas do mundo, acusou Moscou, ontem, de "colocar em risco" a região em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia, ocupada por tropas russas, e exigiu a devolução da central à Ucrânia.
Analistas destacam os riscos de um acidente nuclear que superaria a catástrofe de Tchernobyl, uma ameaça que o Exército russo estaria consciente. A operadora ucraniana Energoatom informou que as forças russas se preparavam para conectar a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, à Crimeia, península anexada por Moscou em 2014.
Porém, desviar a produção de energia para o sul da Ucrânia é uma operação arriscada, segundo especialistas, no momento em que a central nuclear de Zaporizhzhia se encontra no fogo cruzado.
A usina é alvo de acusações mútuas entre Moscou e Kiev. Os dois lados afirmam que o campo adversário bombardeou as instalações nucleares na semana passada, sem que nenhuma fonte independente pudesse confirmar as alegações.
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