O que se sabe da guerra na Ucrânia e a invasão russa

Chanceler russo Lavrov muda o tom, reconhece Zelensky presidente da Ucrânia e afirma que o encontro é um passo positivo para os países

Jornal A Tribuna | 03/03/2022, 17:24 17:24 h | Atualizado em 03/03/2022, 17:25

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/110000/372x236/inline_00112195_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F110000%2Finline_00112195_00.jpg%3Fxid%3D300879&xid=300879 600w, Moradores atravessam ponte destruída nos arredores de Kiev, capital da Ucrânia, no 7º dia da invasão russa
 

Em mudança de tom da liderança russa, o chanceler do país, Sergei Lavrov, disse que reconhece Volodymyr Zelensky como presidente da Ucrânia, e que o fato de ele querer obter "garantias de segurança" nas negociações com a Rússia é um “passo positivo”. A declaração foi dada na quarta-feira, 2.

Até agora, o Kremlin vinha pedindo o que chama de “desnazificação” do governo ucraniano e, na semana passada, o presidente Vladimir Putin chegou a instar os militares ucranianos a derrubarem o governo de Zelensky porque, segundo ele, isso tornaria mais fáceis as negociações entre os dois lados.

“Nossos negociadores estão prontos para a segunda rodada de discussões dessas garantias com representantes ucranianos”, afirmou Lavrov à emissora Al Jazeera, no mesmo dia em que foi anunciado que a nova reunião acontecerá nesta quinta-feira, 3, e não na quarta-feira, 2, como era prevista. De acordo com as fontes militares, ao que tudo indica, o adiamento foi por questões logísticas.

Lavrov reforçou que “se uma terceira guerra mundial ocorresse, envolveria armas nucleares e seria destrutiva” e afirmou que a Rússia enfrentaria um "perigo real" se Kiev adquirisse armas nucleares.

O principal negociador russo, Vladimir Medinsky, disse que, na reunião desta quinta, 3, seu país discutirá um cessar-fogo com a Ucrânia. Segundo a agência de notícias russa Tass, o Exército está fornecendo um corredor de segurança para a delegação ucraniana. O ponto de encontro fica perto da fronteira entre a Bielorrússia e a Polônia.

Na mesma entrevista à Al Jazeera, Lavrov afirmou que Moscou “continua comprometida com a desmilitarização da Ucrânia” e que deveria haver uma lista de armas específicas que nunca poderiam ser instaladas em território ucraniano. Desde o início da crise, a Rússia exige que Kiev adote um status neutro e abra mão de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar liderada pelos EUA .

Nunca ficou claro se a exigência de desmilitarização significa que a Ucrânia não poderia ter Forças Armadas ou se poderia manter forças defensivas. Do lado ucraniano, o governo também confirmou que uma delegação do país está indo para a Bielorrússia para a segunda rodada de negociações. A primeira, na segunda-feira, 28, não teve resultados concretos.


Perguntas e respostas sobre o conflito


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1 - O que quer Putin com a invasão da Ucrânia? 

A prioridade do presidente russo é evitar que a Ucrânia, ou qualquer outro país ex-soviético, entre na Otan e, de forma secundária, na União Europeia. 

2 - O que a Otan tem a ver com o conflito? 

Em 2008, a aliança militar ocidental prometeu incorporar a Ucrânia e a Geórgia. Isso levou a Rússia a invadir a Geórgia meses depois e bloquear a adesão do país ao grupo.

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3 - Como o Ocidente reagiu à invasão? 

Governos da Europa e dos EUA endureceram sanções contra a Rússia, enviaram armas ao Exército ucraniano e excluíram bancos russos da plataforma financeira global Swift. 

4 - Como as sanções afetaram a economia da Rússia? 

O rublo caiu a mínimas históricas desde a invasão. Para conter a desvalorização da moeda, o Kremlin proibiu residente da Rússia de transferir dinheiro para o exterior.

5 - O que os russos pensam da guerra? 

Embora Putin mantenha apoio popular relevante, diversos ativistas, celebridade e até oligarcas ligados ao Kremlin criticaram a guerra, e milhares de manifestantes foram presos. 

6 - Quem é Zelenski, presidente da Ucrânia alvo de Putin? 

O ator e comediante, de 44 anos, foi eleito líder do país após ficar famoso interpretando um presidente ucraniano em uma série de TV. Agora, lidera a resistência à invasão russa.

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7 - A Ucrânia já não estava em guerra civil antes da invasão?

Sim. Em 2014, após a queda do governo aliado do Kremlin em Kiev, Putin anexou a Crimeia e insuflou uma guerra civil no leste ucraniano que estava congelada nos últimos anos. 

8 - Qual a posição do Brasil sobre o conflito? 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu a neutralidade sobre a crise na Ucrânia. Já a diplomacia do Brasil tem se manifestado na ONU contra a invasão pela Rússia.

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