Encarar robô faz humano ficar intimidado, diz estudo
Você se sente desconfortável quando alguém fica te encarando por algum tempo? Mesmo que seja uma pessoa confiável e conhecida? E se essa pessoa for, na verdade, um robô? Segundo um estudo feito na Itália, o olhar de um robô pode nos desestabilizar.
A conclusão do estudo é de que o cérebro humano percebe gestos de robôs humanoides como “sinais sociais”. Serem encarados por robôs levou os participantes do estudo a tomar mais tempo antes de tomar uma decisão no jogo, afetando seu raciocínio.
O estudo traz implicações para contextos em que humanos tenham que conviver com robôs que se parecem com pessoas de verdade — ideia que o bilionário Elon Musk promoveu ao apresentar seu Tesla Bot, um robô humanoide desenhado para “tarefas maçantes” e que será usado nas fábricas da montadora Tesla a partir do ano que vem.
O estudo italiano foi publicado na revista científica “Science Robotics”. O objetivo é entender como o cérebro humano se comporta com robôs por perto.
Os 40 participantes do estudo foram convidados a jogar o “jogo da galinha” — popular nos Estados Unidos, consiste em posicionar dois carros numa linha reta, cada um em uma ponta, de frente um para o outro, e acelerá-los.
O primeiro que desviar para evitar uma colisão perde, e é chamado de “galinha”.
Após as 40 partidas, os cientistas perceberam que, em média, os jogadores humanos levavam mais tempo para tomar uma decisão — isto é, desviar do carro que vinha em sua direção ou não — se houvesse “contato visual” com os olhos artificiais do robô iCub.
“Os robôs estarão cada vez mais presentes em nossa vida”, comenta Agnieszka Wykowska, autora do estudo. “É por isso que é importante entender o lado humano da interação entre pessoas e máquinas.”
A expectativa dos pesquisadores é de que empresas que fabricam robôs humanoides levem em conta esse tipo de comportamento ao desenhar suas máquinas, de modo a reduzir o risco de que seres humanos se sintam intimidados pela tecnologia.