Casa Branca destaca tensões com China e Xi Jinping alerta contra protecionismo de Trump
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou "profunda preocupação" com o apoio da China à Rússia na guerra da Ucrânia e alertou contra "atividades militares desestabilizadoras" em Taiwan. O presidente da China, Xi Jinping, por sua vez, criticou veladamente o protecionismo econômico prometido por Donald Trump, durante seu último encontro bilateral antes da transição de governo nos EUA.
A reunião ocorreu neste sábado em Lima, Peru, à margem da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), que reúne 21 economias responsáveis por 60% do PIB global. Biden e Xi, que já se reuniram presencialmente três vezes neste ano, voltarão a se encontrar na próxima semana durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
Segundo comunicado da Casa Branca, Biden condenou o envio de "milhares de tropas norte-coreanas" à Rússia, chamando-o de "expansão perigosa da guerra ilegal contra a Ucrânia". O presidente americano também reafirmou a política de "uma só China", mas expressou preocupação com o aumento da atividade militar chinesa em torno de Taiwan. Biden também levantou questões sobre práticas comerciais consideradas injustas e alertou sobre ataques cibernéticos que comprometem infraestruturas críticas americanas.
Xi Jinping enfatizou que a China está comprometida com a estabilidade global e alertou contra políticas que intensifiquem tensões econômicas. "Nem o desacoplamento nem a interrupção das cadeias de suprimentos são soluções", afirmou Xi, segundo a agência estatal Xinhua. Ele criticou indiretamente a agenda protecionista de Trump, que prometeu impor tarifas de 60% sobre produtos chineses ao assumir a presidência em janeiro. "Quintal pequeno e cercas altas não são o que um grande país deve buscar. Cooperação mutuamente benéfica é o único caminho para o desenvolvimento comum", disse o líder chinês.
Ambos os líderes discutiram avanços em áreas de cooperação desde o último encontro, em novembro de 2023, como combate ao narcotráfico, comunicação militar e regulamentação de inteligência artificial. Biden elogiou os esforços chineses para controlar 55 substâncias químicas perigosas usadas na fabricação de drogas sintéticas, um tema de crescente preocupação nos EUA. Xi, por sua vez, reforçou que "parcerias sólidas levam a relações mais produtivas, enquanto rivalidades prejudicam o progresso mútuo". "Quando os países se tratam como parceiros e amigos, buscando pontos em comum enquanto deixam de lado as diferenças, seu relacionamento progride. Mas, se eles se veem como rivais, buscando competição feroz e machucar um ao outro, acabam perturbando ou até atrasando a relação", completou Xi.
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, destacou que a gestão da competição estratégica com Pequim será o maior desafio de política externa do futuro governo Trump. "Este será o foco central para os próximos anos", afirmou. Biden, que encerra uma carreira política de mais de 50 anos, destacou que as relações entre as duas maiores economias do mundo moldarão o futuro global. "Apesar das diferenças, é nossa responsabilidade garantir que nossas disputas não se transformem em conflitos", disse.
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