INSS atende com robô após perder 22 mil servidores
Sem abrir concurso público há cinco anos, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já tem um déficit de 22 mil servidores, e aposta no atendimento automatizado para tentar agilizar a análise de benefícios.
No Estado, segundo o INSS, são 31 mil benefícios que aguardam análise, esperando documentação do segurado ou análise interna do órgão. Mesmo antes das medidas que paralisaram o atendimento ao público, em abril, o órgão já vinham apostando no atendimento digital para suprir a falta de servidores e agilizar os processos.
O portal Meu INSS, por exemplo, foi criado em 2017, e nos anos seguintes passou a concentrar diversos serviços previdenciários. Em junho deste ano, o INSS criou a assistente virtual Helô, que pode ser usada no portal Meu INSS e no aplicativo para celular e é programada para esclarecer as dúvidas mais comuns dos segurados.
Mas, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi-ES), Jânio Araújo, há muitos segurados que não têm familiaridade com a tecnologia e não conseguem esclarecer suas dúvidas pelos meios digitais.
Em 2019, o Ministério Público Federal recomendou que o órgão recrutasse profissionais temporários para atender às demandas acumuladas há mais de 60 dias, além de abrir novo concurso público para agentes efetivos.
Antes do início do isolamento social, o presidente do INSS, Leandro Rolim, disse que o órgão estava em processo de transformação digital, e que, após o fim deste processo, seria avaliado um novo concurso.
No fim de abril, a autarquia abriu seleção para contratar uma força-tarefa emergencial de até 7.400 militares e servidores aposentados. Mas, ao final do processo, 2.928 foram contratados.
Segundo o INSS, o órgão “trabalhou nos prazos previstos em edital e que, portanto, o quantitativo foi o que cumpriu os requisitos e prazos estipulados”. A fila de benefícios em análise diminuiu. Mas, segundo entidades de aposentados, há demanda reprimida de pedidos.
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