Hospitais têm aumento "expressivo" de pacientes com sintomas de Covid
A procura de pacientes com sintomas como tosse, febre e coriza por atendimento médico tem aumentado nos últimos dias em prontos-socorros de hospitais particulares e prontos atendimentos municipais.
Em alguns locais, pacientes relatam recepções mais cheias ou um maior tempo espera para conseguir uma consulta.
Em Vila Velha, a subsecretária de Atenção Especializada em Saúde, Gleide Caroni, afirmou que os dois prontos atendimentos do município registraram este mês um “aumento expressivo” da procura por pacientes com quadro gripal e suspeita de Covid.
“Em setembro, o percentual de pacientes com sintomas respiratórios que chegavam era de 20%. Hoje, 60% estão com sintomas”.
Segundo Gleide, o município tem atendido a todos, mas a preocupação é que muitas pessoas relaxaram com os cuidados. “Há muitos casos de suspeita de Covid chegando, assim como de outras doenças e acidentes”.
Em Cariacica, segundo o Instituto de Gestão, Inovação e Saúde (Igis), responsável pelo Pronto Atendimento de Alto Laje, houve um aumento de 15% nesta semana no número de pacientes com sintomas gripais.
Na rede particular, o Hospital Meridional em Cariacica também registrou aumento de 15% na procura por atendimento no pronto-socorro este mês, em relação ao mês de setembro.
O diretor clínico da unidade, Marcus Vinícius Albernaz Leitão, diz que não chega a ser uma busca tão grande quanto se tinha entre abril e junho, no pico da Covid.
“A gente tem sentido maior procura, até mesmo de pacientes pouco sintomáticos, que buscam atendimento inicial ou para fazer exame. Já o número de internações em UTI e enfermaria não aumentou. Estamos com leitos tanto para pacientes com Covid, quanto para outras demandas”.
O diretor técnico do Hospital MedSênior, Marcio Nascimento, revelou aumento de 45% neste mês da demanda de pacientes com suspeita de Covid no pronto-socorro em comparação a setembro. Já o número de internações por Covid-19 subiu 23%.
Um aumento também tem sido registrado no Vitória Apart Hospital, tanto no número de atendimentos de casos com sintomas gripais, quanto de internações relacionadas à Covid-19.
O atendimento também é maior no Vila Velha Hospital, mas a unidade ressalta que a situação tem sido administrável.
Um em cada 6 testes dá positivo
Mesmo com uma busca maior por consultas em pronto-socorro e pronto atendimento, o percentual de casos positivos para Covid-19 dentre os testados não tem aumentado até o momento no Espírito Santo.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), de cada seis pacientes notificados com suspeita de novo coronavírus no Espírito Santo, um tem resultado positivo.
A taxa de positividade, que é a porcentagem do número de todos os casos notificados e o quanto dessas notificações tiveram o resultado positivo, vem apresentando redução sustentada nos últimos três meses.
A Sesa informou que o Estado registrou 107.651 notificações pela doença até esta quinta-feira (29), segundo dados do Painel Covid-19. Dessas, 15,88% foram confirmadas para a doença.
“A taxa de positividade é um dos indicadores com os quais trabalhamos para visualizar a tendência do comportamento da doença no nosso território”, explicou o gerente de Vigilância em Saúde, Orlei Amaral Cardoso.
“Desde julho, observamos a redução e, neste mês, podemos atingir uma média abaixo dos 20%, o que não acontece desde março”, acrescentou.
Orlei explicou que a taxa de positividade também significa “que o vírus tem circulado menos, mas que não deixa de existir”.
Ele ainda citou que a testagem do vírus foi ampliada para todos aqueles com sintomas gripais, além de familiares de pessoas com a confirmação da infecção.
O Painel Covid apontou que, em março, a taxa de positividade era de 11,23%, em média. Em abril, a positividade foi para 25,85%, enquanto que, em maio e junho, subiu para 35,57% e 43,13%, respectivamente.
No mês de junho, período em que a taxa apresentou maior número durante a pandemia, a cada duas notificações, uma tinha resultado positivo. Desde julho, o percentual de casos positivos vem caindo. Em setembro, chegou a 23,99%.
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