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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Heróis na linha de frente do combate à pandemia da Covid-19

| 17/10/2020, 10:45 10:45 h | Atualizado em 17/10/2020, 10:47

Amanhã, 18 de outubro, é o Dia do Médico, e proponho um desafio: folheie o jornal, abra um site de notícias ou ligue no seu telejornal preferido e tente não ver algum conteúdo relacionado à área médica. Posso garantir que é quase impossível. A pandemia do novo coronavírus colocou os médicos, hospitais e a própria medicina sob os holofotes.

Sem saúde não se vive bem, isso é fato. Porém, por muito tempo, a preocupação das pessoas em relação à medicina parecia ser sazonal: na maioria das vezes, lembrava-se dos médicos na época dos exames de rotina ou nas situações de emergência. O médico sempre foi o profissional que estava ali disponível quando necessário, um bem garantido.

A Covid-19 mudou esse cenário. Em tempos de hospitais lotados, UTIs sobrecarregadas, salas de espera tomadas pela angústia e incertezas, a figura do médico pronto para ajudar se tornou essencial. E podemos afirmar que o acesso à saúde passou a ser encarado como um bem valioso. A pandemia, para além das complicações hospitalares, trouxe problemas econômicos.

Muitos perderam o emprego e com ele o direito ao plano de saúde empresarial. Outros tiveram perda de renda e não conseguiram manter os compromissos com as operadoras. O SUS, que antes era uma alternativa para os menos afortunados, tornou-se um patrimônio para aqueles que antes tinham o privilégio de escolha.

E os médicos passaram a ser enxergados como protagonistas. Heróis mascarados, com plantões exaustivos, na linha de frente de uma doença invisível e desconhecida, altamente contagiosa. O médico virou alívio, esperança de recuperação. Nesse cenário, a saúde passou a ser vista como algo que precisa ser garantida a todo custo. É um bem essencial.

Neste contexto, os médicos têm que estar atentos e preparados. A prática do cuidado e do bem-estar tende a se expandir culturalmente, uma vez que as pessoas estarão mais preocupadas com a manutenção da saúde de modo mais completo, em vez de apenas buscar a medicina em momentos de necessidade.

A pandemia da Covid-19 colocou em evidência que a saúde é um bem que ser mantido em pleno funcionamento. Cuidar do corpo, tornando-o forte e resistente, de forma que ele responda bem às novas ameaças invisíveis e até piores do que o novo coronavírus, vai ser o novo modus operandi da medicina.

Se lembrarmos da pirâmide de Maslow, conceito criado na década de 1950 que define de forma hierárquica as cinco prioridades do ser humano, podemos colocar a saúde na base, nas necessidades fisiológicas: respirar, comer, descansar, beber, dormir e ter relações sexuais não é possível sem saúde. Sem essa base, não conseguimos evoluir para categorias posteriores.

Não sabemos quando a pandemia vai passar e ainda são poucas as conclusões sobre seus impactos na vida futura do planeta. Um fato é certo: a saúde vai deixar de ser colocada em segundo plano.

Para os que não têm acesso a ela, cabe aos governos a garantia de sua manutenção. Para os médicos, fica a esperança de ter o reconhecimento devido, não com louros e prêmios, mas com sensibilidade de entender que eles são essenciais para que a vida continue.

Leonardo Lessa é cirurgião vascular e presidente da Associação Médica do Espírito Santo (Ames).

 

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