Governo quer 1ª vacina que estiver disponível para venda
O secretário nacional de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correa de Medeiros, disse que o governo federal pretende comprar “a primeira vacina que chegar ao mercado”, independentemente do país que a produzir.
Em audiência na Câmara dos Deputados, Medeiros afirmou que fará, nos próximos dias, uma visita ao Instituto Butantan, que participa do desenvolvimento da vacina Coronavac com a empresa chinesa Sinovac Biotech.
Também disse que o Ministério da Saúde já realizou reuniões sobre vacina em teste na Rússia, mas não deu detalhes da conversa.
A aposta do governo federal, por enquanto, é no modelo desenvolvido pela farmacêutica britânica AstraZeneca e a Universidade de Oxford, na Inglaterra.
O governo espera receber 100 milhões de doses desta vacina, cuja tecnologia de produção deve ser repassada ao Instituto Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz.
Medeiros ponderou que, apesar de estar de olho em todas as vacinas, o governo só comprará aquelas que apresentarem eficácia.
“Talvez a que está em fase três (de pesquisa) mais avançada é a da AstraZeneca”, disse.
Segundo Medeiros, profissionais de saúde e pessoas de grupos de risco, como idosos e quem apresenta outras doenças, devem ser priorizados na vacinação.
O secretário citou cardiopatias e obesidade como fatores de risco. “Para além destes, temos os profissionais de saúde”, afirmou que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve usar os mesmos critérios adotados para imunização contra a H1N1.
Arnaldo de Medeiros afirmou ainda que não deve haver restrição de vacinação para quem já teve a doença.
A ideia é que uma primeira parcela com 15 milhões de vacinas seja entregue ao Brasil em dezembro, dentro da parceria com a empresa britânica. A segunda, de igual volume, em janeiro.
Por causa desta entrega, Medeiros afirmou esperar que ao menos 15 milhões de brasileiros sejam imunizados até o fim deste ano.
Na reunião da Câmara, o diretor do Instituto Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, no entanto, disse que cada parcela deve levar cerca de um mês para passar por processos como de controle de qualidade e ser entregue aos postos de vacinação. Assim, a primeira entrega à população seria em janeiro, e a segunda, em fevereiro.
Teste chinês em Brasília
A Universidade de Brasília (UnB) começou ontem testes sobre a eficácia de vacina contra a Covid-19, chamada CoronaVac. No primeiro dia, participaram do estudo cinco profissionais de saúde que atuam na linha de frente da doença.
Desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, a vacina é aplicada em duas doses, com intervalo de 14 dias entre elas. O estudo é coordenado pelo Instituto Butantã.
Na capital federal, os testes são feitos em ambulatório do Hospital Universitário de Brasília, que é um dos 12 centros no Brasil que participam da fase 3 do ensaio clínico.
A médica Larissa Bragança, 33, foi uma das voluntárias. “É muito urgente conseguir essa vacina”.
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