X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Entretenimento

“Gosto de pensar no agora, nos desafios e conquistas de hoje”, diz ator Bernardo de Assis


Um beijo em uma novela, e as redes sociais de Bernardo de Assis bombaram. Tinha de tudo por lá: acolhimento, comemorações e, também, mensagens de ódio.

O motivo foi o primeiro beijo entre um homem trans e uma mulher cis na TV, entre Bernardo e a atriz Juliana Alves em “Salve-se Quem Puder”. Mas nada assusta o carioca de 26 anos, que enfrentou o preconceito na própria família e chegou a morar na rua. O que ele quer é olhar adiante.

Imagem ilustrativa da imagem “Gosto de pensar no agora, nos desafios e conquistas de hoje”, diz ator Bernardo de Assis
|  Foto: Oseias Barbosa/Divulgação

“Já estive em muitas situações de vulnerabilidade e já passei por alguns momentos bem difíceis, mas não costumo me agarrar ao passado. Gosto de pensar no agora, nos meus desafios e conquistas de hoje”, diz ele, na conversa com o AT2.

Sobre o tal beijo, ele fala que “é uma nova porta que se abre. É a constatação de que nós merecemos amor e podemos cultivar relações de afeto”. Juliana Alves também comentou em suas redes sociais. “Qual a força do beijo? Grande símbolo do amor, o beijo pode representar muito mais que um gesto de carinho. Um beijo pode ser transformação e também luta. Me sinto muito honrada em fazer parte dessa cena emblemática na história da teledramaturgia: o primeiro beijo entre um homem trans e uma mulher cis em uma novela brasileira”, postou a estrela.


“Somos diversos, capazes”


AT2 Para você, como foi viver um personagem trans em uma novela, já tendo passado por várias experiências na vida real?

Bernardo de Assis Independentemente de o personagem ser trans ou cis, é de extrema importância que tenhamos artistas trans trabalhando e tendo reconhecimento por isso. Isso mostra que somos diversos, capazes e que também estamos na luta.

O Brasil ainda é um país muito preconceituoso ou avançou? Que avaliação você faz?

Felizmente, tivemos grandes conquistas ao longo dos anos, graças ao movimento social, mas o Brasil ainda é um dos países mais intolerantes do mundo. Principalmente nos dias atuais, em que o governo, além de concordar, incentiva práticas de ódio e opressão.

É uma escolha viver personagens trans e falar sobre isso ou é uma oportunidade?

As duas coisas. Desde que iniciei minha transição, meus trabalhos foram interpretar personagens trans. Se tornou uma grande oportunidade de ocupar novos espaços. Tento fazer disso uma plataforma para ampliar o conhecimento.

A arte apareceu muito cedo em sua vida. Como foi?

Quando descobri o teatro, ainda criança, já sabia que queria seguir essa profissão. A arte, para mim, nunca esteve em um lugar de hobby, e sim de ofício, estudo, persistência. Mesmo com todas as dificuldades, ser artista é o que me faz sentir vivo.

Conta um pouco sobre o seu processo de transição? O que e quem o ajudou nesse processo?

Tive muito apoio de grandes amigos e de pessoas da comunidade trans. Difícil mesmo foi esse momento “pré”, onde eu guardava tudo comigo mesmo: todas as dores, angústias, incertezas. Mas, quando me entendi trans, descobri uma força interior absurda e me tornei minha maior fortaleza.

Houve quem se distanciou de você?

Sim, grande parte da minha família e amigos. Na época, eu não conseguia entender como a minha felicidade podia afastar aqueles que diziam me amar. Mas, hoje, sei que cada pessoa tem o seu tempo e seu processo.
"Bhoreal" esteve no Festival de Cinema de Vitória. Por que decidiu contar essa história e como tem sido colher os frutos desse trabalho?

“Bhoreal” nasceu como conclusão de um curso de audiovisual para pessoas trans de todo o Brasil. E decidi documentar a história da drag queen Gervásia Bhoreal, pois, além de ser uma personagem complexa, era responsável por grandes ações sociais em plena pandemia.

Tem sido muito bacana levar esse trabalho para diversos festivais e receber mensagens positivas sobre o trabalho, que foi feito com um celular na mão e muita vontade de contar essa história.

Vem colhendo bons frutos de seu trabalho. Sua vida pessoal e amorosa também está em um bom momento?

Acho que, por conta da pandemia, ninguém está 100% em um bom momento. São tantas mortes, tanto descaso... Mas sigo saudável e esperançoso.

Que características você tem que fez com que conquistasse tanto em sua vida?

Eu me considero muito persistente, corro atrás de tudo o que quero. E atualmente venho trabalhando a paciência.

Você acaba sendo uma referência para artistas trans.

Não sei se sou uma referência, mas gosto de pensar que meu trabalho pode abrir portas para tantos outros artistas. Espero que, num futuro próximo, haja mais oportunidades que abracem os muitos talentos que existem.

Como foi ou tem sido esse momento de pandemia?

Me lembro de que, no início da pandemia, todos acreditavam que o melhor do ser humano iria se sobressair. Infelizmente, enfrentamos uma realidade de negacionismo e genocídio da população brasileira. Perdi muitas pessoas próximas e é muito triste perceber que nos acostumamos com tanta perda e descaso. Torço para que essa realidade mude o quanto antes.

Qual é o grande sonho?

Existem muitos sonhos que quero conquistar e lugares a que quero chegar. No momento, quero permanecer saudável, tendo forças para continuar a luta. Quero estar vivo!

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: