Filho único não é um problema

É comum se pensar que filhos únicos são problemáticos, mimados e arrogantes. Acredita-se que eles apresentam problemas de relacionamento e interação social por estarem acostumados a viver sozinhos e não ter que dividir suas coisas com outros irmãos.

Por causa disso, parecem desenvolver um tipo de egoísmo por ter tudo só para eles. Um único filho não é necessariamente um problema desde que ele não seja tratado como alguém especial e diferenciado. A mãe e o pai ao superproteger esse filho e cercá-lo de mimos e cuidados excessivos poderão causar transtornos na sua vida de relação.

Uma educação equivocada poderá desenvolver problemas no convívio com colegas e desenvolver outras esquisitices comportamentais. Um filho único não é um preditor de que ele será uma criança-problema. A questão não é ser filho único, mas ser filho de pais de filho único. Esses pais podem se mostrar indulgentes, superprotetores ou permissivos demais tratando o filho como uma pessoa especial.

Toda a atenção dos pais se volta para a criança. Atenção e carinho são muito bons e têm um efeito muito positivo na estruturação da personalidade do pequeno. No entanto, o excesso desse amor e cuidado poderá fazer um efeito contrário causando um grande dano na visão de mundo e um comportamento equivocado na forma do filho se relacionar na sociedade.

Pais frágeis e permissivos têm uma chance maior de errar na educação dos filhos e não prepará-los adequadamente para a vida futura. Eles farão de tudo para que o filho não sofra e o protegerá de tal forma que eles poderão desenvolver uma espécie de “Síndrome de Deus”, achando que podem tudo e que o mundo é para eles.

Indivíduos assim terão dificuldades em seguir regras sociais e de respeitar o limite dos outros. Filhos educados com amor e regras, carinho e limites numa boa medida, se tornarão crianças sociáveis e responsáveis no convívio social.

Apesar da crença de que o filho único é um problema, na realidade isso não é verdade porque independente da quantidade de filhos que o casal tenha, o modelo de educação que praticam é que será o indicativo de sucesso ou não na formação psicológica e moral deles.

Por outro lado, há famílias com mais de um filho, os quais não se relacionam bem entre si e alguns podem ter um comportamento diferente dos outros irmãos.

Não é o número de filhos que se tem que dirá como eles serão, mas o modo como são criados. Os pais precisam ficar atentos para tornar seus filhos homens e mulheres de bem. O mundo precisa de pessoas melhores.

Os pais são os maiores responsáveis na formação dos filhos. Hoje é mais fácil buscar ajuda e orientações de como educar e se relacionar melhor com eles e errar menos. A internet e as redes sociais estão aí para ajudar.

A coluna Papo de Família, criada pela Rede Tribuna, tem essa função de orientar você. Cada artigo que escrevo eu penso no benefício que ele proporcionará para você e sua família.

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Bom fim de semana.

Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP