Fantasias e sonhos da escritora Eliana Zandonade
Era uma vez um peixinho dourado que nasceu no alto de uma pedra. Naturalmente, os peixinhos dourados descem por uma fenda e o caminho divertido com pedras e matos os tornam sem escamas, virando peixinhos pelados, que são pescados por Bina e seu avô.
Quer saber como termina essa história de amizade entre uma menina e um peixe? Pronto! Está marcado: dia 19 de junho, às 19h, a criançada poderá conferir no lançamento do livro de “Bina e o Peixe Pelado”, da escritora e contadora de histórias Eliana Zandonade. O encontro entre Bina, o peixinho e a criançada vai rolar através do Instagram @elianazandonade.
“Será muito legal! Vai ter contação da história, oficina de origami, exibição de vídeo. Quero toda a criançada lá!”, convida a escritora, em um bate-papo com o AT2.
Esse é o sétimo livro de Eliana. Com 35 páginas, a obra tem ilustrações em aquarela feitas por Regina Miranda. “Na história da Bina, o peixinho nasceu numa pedra, que fica no alto de uma montanha, por onde desce um córrego. Em Venda Nova do Imigrante, tem uma nascente de água geladinha que vai para a cidade. Mas não tem peixe! É aí que a ficção se mistura com a realidade”, explica.
Eliana Zandonade, que também é professora de Estatística da Ufes, conta que o “Bina e o Peixe Pelado” nasceu com a pandemia, em março de 2020.
“Em 17 de março, ele ficou pronto, mas decidi guardá-lo para lançar este ano. Eu não paro! Aproveito todas as oportunidades. Já tenho uma outra história pronta, mas vou segurar para o ano que vem”, diz.
Quando não está dando aulas, ela está contando histórias, escrevendo seus livros e poesias, pensando, criando, está orientando pequenos escritores. Sim! Em agosto de 2020, ela também criou o projeto “Memórias de Crianças”.
“Os livros infantis que nós adultos escrevemos são diferentes. A visão é de uma criança que ele foi, mas com novos olhos de adulto. Com a censura adquirida por se tornar adulto. Mas a criança se refere a ela mesma com os sentimentos dela daquele momento. É algo genuíno”, destaca.
Eliana Zandonade - Escritora “É algo genuíno neste mundo de copia e cola”
AT2: Como a escrita entrou no seu universo, que antes era exclusivo dos números, já que é formada em Matemática e Ciências Contábeis?
Eliana Zandonade: Sou de Exatas e estou na literatura desde que meu filho Erik, hoje com 15 anos, era pequeno. Quando ele nasceu, virei Mãe do Erik e concluí que precisava me reinventar. Foi quando fiz um curso de Contação de História e fui desafiada a criar uma história. Naquela noite, não dormi. Fiquei debruçada na ideia e, às 3 da manhã, nascia meu primeiro livro: “Beijo de Boa Noite” (2014). Então, passei a contar histórias para ele e, durante uma das brincadeiras que fazia e ainda faço com as crianças, nasceu o segundo: “O Mundo Colorido de Lides” (2014).
Foram logo publicados?
Não. Nos mudamos para a Inglaterra, onde moramos por um ano. E, quando voltamos, imprimi os dois e publiquei de forma independente. A partir dali, coloquei a meta de publicar, todo ano, um livro. E assim tenho feito. “Nuvens de Algodão e Chuva de Verão” (2015); “Era uma Vez um Quintal” (2016); “Uma Bela Noite” (2017); “Para Além do Quintal” (2018) e agora “Bina e o Peixe Pelado”. A pandemia alterou a sequência de publicação.
E o projeto “Memórias de Crianças”?
Conheci o Pedro Nagib, de 11 anos, autor do “Pedro e Ventania, Amizade sem Palavras” (2021), através do pai dele. Foi quando soube da história do menino que pratica hipismo e tem uma égua, a Ventania. Antes, ele até competia com ela! O fato é que o livro nasceu de uma foto e da aceitação imediata do Pedro em escrever.
Como foi isso?
Bastou o menino, o Pedro, ver a foto com uma frase provocativa que sentiu vontade de contar sua história de amizade com seu cavalo. Começamos em agosto de 2020. Quatro meses depois, a escrita estava pronta. Mais quatro meses para ilustrar, imprimir e, em abril, ele lançou. Foi através de uma live bem legal. Eu participei, e ele participará da minha!
Foi orientadora?
Ele sempre me chamou de orientadora. O livro poético, com uma história cativante, que nos faz acreditar na vida e na amizade, nasceu a partir de perguntas sobre imaginação, conversas entre o menino e o cavalo, leituras comentadas e muito, muito texto escrito. Entrei no mundo da égua! Sonhei com ela! Quando publicamos, algumas pessoas me procuraram, interessadas nesse trabalho. Tudo acontece sem pressão. É algo genuíno nesse mundo de copia e cola.
E sobre a relação família e contação de histórias. Qual a dica para os pais?
Peguem uma caixa de fotos e comecem a apresentar as pessoas, contem suas histórias. São situações que não têm em nenhum livro, garanto! Sempre tem aquele tio que ninguém conhece, né? Depois, peçam para escrever, ilustrar.
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