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Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

Fadiga pode ser preguiça ou doença

| 17/03/2020, 07:20 07:20 h | Atualizado em 17/03/2020, 07:22

Minha paciente esteve recentemente em outro médico, queixando-se de vários sintomas, tais como, calafrios, irritabilidade, fraqueza, tontura, dor de cabeça e, principalmente, cansaço que persiste o dia inteiro.

Vários exames complementares foram realizados e todos eles se mostraram normais. “Depois de afastar várias hipóteses diagnósticas, ele me garantiu que não se tratava de preguiça, mas de um quadro denominado hipoglicemia reativa”, disse a paciente.

Hipoglicemia significa pouco açúcar no sangue. A primeira vista, essa alteração metabólica pode ser resultado de uma futura diabetes mellitus, doença causada pela perda da capacidade do pâncreas de fabricar insulina, essa substância que transforma glicose em energia.

Como a curva glicêmica se mostrou normal, é bem provável que não se trate de um defeito no pâncreas, mas uma alteração na quantidade de insulina que é jogada no sangue. Explicando melhor, na hipoglicemia metabólica, o pâncreas começa entrar em falência e acaba por gerar um diabetes, que vem a ser a diminuição da produção de insulina.

Embora pareça contraditório, no começo do diabetes, a insulina estará aumentada, levando a uma hipoglicemia. Posteriormente, a glândula perde a capacidade de produzir insulina e o açúcar aumentará, gerando hiperglicemia.

Tendo em vista que a curva glicêmica não mostrou alteração no pâncreas, o diagnóstico aponta para um quadro de hipoglicemia reativa.

“O que seria hipoglicemia reativa?”, perguntou a paciente. Conforme a palavra indica, “reativa” está revelando que a baixa de glicose é proveniente de alguma reação no organismo.

Existe uma glândula localizada sobre os rins, denominada suprarrenal. Ela fabrica uma substância chamada adrenalina, cuja função lembra emoção. Todas as vezes que nos encontramos diante de alguma ameaça – um assalto ou um ataque de animal feroz, por exemplo –, essa glândula libera adrenalina na corrente sanguínea, chegando imediatamente ao pâncreas, onde irá estimular a produção de insulina.

Essa irá rapidamente queimar todo o açúcar disponível, gerando energia, cuja finalidade é proporcionar ao indivíduo o recurso de lutar ou fugir da situação vigente. Essa atitude chama-se instinto e sempre ocorrerá na presença do medo.

Atualmente, o medo vem gradativamente sendo substituído pela ansiedade, esse medo de ter medo. Ao contrário dele, que se manifesta de maneira aguda, a ansiedade é um sentimento subjetivo e persistente.

Indivíduos ansiosos gotejam adrenalina no sangue durante o dia inteiro, gerando insulina, queimando glicose e produzindo energia, tudo isso de maneira contínua.

Como já se pode adivinhar, esse gasto de energia irá produzir cansaço diário, que lembra um carro ligado em ponto morto, queimando desnecessariamente todo o combustível, sem ir a lugar nenhum.
Baseado nisso, podemos concluir que esse cansaço da senhora não é preguiça. Na verdade o desânimo está ocultando uma indesejável e crônica ansiedade.

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