Ex-amigos
Ex-amigos
Seja Arthur Lira (PP-AL) ou seja Baleia Rossi (MDB-SP) o eleito presidente da Câmara, a competição acirrada travada hoje está construindo um racha no Parlamento que vai dificultar a formação de maiorias e deixará cicatrizes no pós-eleição. Isso é especialmente danoso para as reformas, que dependem da aprovação de dois terços da Casa.
Membros dos dois lados da disputa já têm esse cenário e alguns apontam como única saída ao vencedor obter maioria indiscutível, de 300 em 513 deputados.
Fronteira
As marcas produzidas pela disputa ocorrem principalmente pela estratégia, adotada pelos aliados de Arthur Lira, de incentivar rebeliões internas com o objetivo de retirar os partidos do bloco rival, como ocorreu no PSL na última quinta-feira. Traições não são novidade na eleição, que é secreta, interferências sim, dizem aliados de Baleia Rossi (MDB-SP).
Pesou
A reviravolta no PSL fez o presidente Luciano Bivar (PE) ligar para o chefe do PP, Ciro Nogueira (PI), para se queixar. O clima é ruim também no PSDB e no DEM, partido de Rodrigo Maia (RJ), que costurou a aliança.
Tribunal
Como reação, Luciano Bivar convocou para a próxima terça uma reunião da comissão executiva do partido para encaminhar ao conselho de ética representações contra 20 deputados da sigla. Elas foram protocoladas por Júnior Bozzella (SP).
Pena
Eles fazem parte dos 32 “rebeldes” que anunciaram o apoio do PSL a Arthur Lira, a despeito da decisão de Bivar de apoiar Baleia.
Espólio
A conquista dos partidos é relevante para a indicação de nomes para a Mesa Diretora. O PP prometeu ao PL a sua primeira indicação, mas com a atual configuração das siglas nos blocos, o partido só conseguiria fazer a terceira nomeação.
Meninos...
Marco Feliciano (Republicanos-SP) reclama do que considera falta de isonomia da TV Câmara, que transmitiu o lançamento da candidatura de Baleia Rossi na última quarta, mas não a de Arthur Lira, em dezembro.
...não vi
Procurada, a TV estatal informou que o lançamento de Lira não ocorreu nas dependências da Câmara, mas do Senado, fora da sua área de atuação. Para fazer a cobertura, era necessária solicitação, o que não ocorreu. Ainda assim, diz a TV, o lançamento foi exibido no YouTube.
Acelera
O MDB do Senado cogita antecipar a data de apresentação de seu candidato à presidência da Casa. O dia inicialmente proposto era a próxima sexta-feira, dia 15, mas o aviso de partidos, como PT, PSDB e Podemos, de que podem tomar a decisão no início da semana que vem está forçando a sigla a mudar de ideia.
Desplugado
Após a reunião de Fernando Bezerra (MDB-PE) e Jair Bolsonaro, ontem, integrantes do MDB têm a convicção de que o candidato do governo será mesmo Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e, por isso, a sigla deve acentuar o perfil de candidatura independente no Senado.
Rua
Enquanto isso, Rodrigo Pacheco segue em campanha, com foco agora no Podemos. Ontem, se reuniu com Álvaro Dias (Podemos-PR) e já esteve com a presidente Renata Abreu.
Prove
O Psol acionou o STF para que Bolsonaro seja chamado a apresentar provas para as declarações de que as eleições presidenciais de 2018 foram fraudadas. A iniciativa foi de Juliano Medeiros, presidente nacional do partido.
Como?
A sigla também pede que o Presidente explique em juízo se sua afirmação de que o Brasil terá problemas piores do que os EUA em 2022, caso o voto impresso não seja implantado, é uma ameaça.
Juntos
As secretarias de Cultura de São Paulo e do Rio vão fazer um termo de cooperação técnica para que a gestão Eduardo Paes (DEM) incorpore programas de Bruno Covas (PSDB). O titular da pasta em São Paulo, Alê Youssef, foi procurado por Marcus Faustini, do Rio, e ambos estudam a criação de um grupo de trabalho para trocar experiências.
Misturados
A ideia é recriar no Rio programas de fomento de ampla repercussão em São Paulo, como o Promac. Paes também fez dobradinha com João Doria (PSDB) para iniciar a vacinação no mesmo dia que São Paulo.
Tiroteio
“Governo impõe sigilo no cartão de vacinação Bolsonaro. Alguém duvida de que ele será um dos primeiros a tomar vacina?”
Da deputada Erika Kokay (PT-DF), sobre o sigilo de 100 anos no cartão de vacinação de Jair Bolsonaro decretado pelo Planalto.