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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Estudo mostra que autismo cresce no mundo e no Brasil

| 23/05/2020, 09:51 09:51 h | Atualizado em 23/05/2020, 09:59

Imagem ilustrativa da imagem Estudo mostra que autismo cresce no mundo e no Brasil
|  Foto: Divulgação

O mais novo levantamento do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) dos Estados Unidos traz números preocupantes sobre a prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA) no País, acendendo o sinal vermelho para a quantidade de casos em todo o mundo. As estatísticas para 2020 indicam a existência de 1 autista para cada 54 crianças na faixa dos 8 anos de idade.

Atualizada a cada dois anos, a sondagem aponta crescimento de 10% no número de casos, quando a incidência era de 1 para cada 59 crianças. Para se ter uma ideia da progressão, em 2004, a prevalência era de 1 caso em cada 166 crianças.

O diagnóstico de meninos continua sendo quatro vezes maior que o de meninas. Mas, pela primeira vez, os estudos apontam para uma prevalência quase idêntica do transtorno em crianças brancas e negras, indicando a presença do TEA em todos os grupos raciais, étnicos e socioeconômicos.

Diante dos números, é fundamental alertar pais e profissionais da saúde para que o diagnóstico seja cada vez mais precoce, seguida da necessidade de acompanhamento adequado para essas crianças, com o intuito de que elas se desenvolvam e tenham qualidade de vida, independentemente da condição social das famílias.

Isso porque hoje, apesar de o autismo estar em todas as classes, só tende a ter o laudo e receber o tratamento adequado àquelas que pertencem a uma camada mais privilegiada.

A parte positiva é que o aumento da prevalência pode, sim, estar associado a maior conscientização da sociedade, sugerindo a existência de triagem e detecção do TEA em crianças com faixa etária cada vez menor.

O número de crianças submetidas à triagem aos três anos de idade, por exemplo, aumentou de 74% para 84%. Dessa forma, se a tendência permanecer, a prevalência entre crianças de 8 anos continuará a aumentar, com a perspectiva de que aproximadamente 75 mil adolescentes com o transtorno se tornem adultos anualmente. Por todos esses pontos, é importante que o Transtorno do Espectro Autista assuma condição de saúde pública.

No ano passado, o Brasil deu o primeiro passo ao sancionar a Lei 13.861/2019, que incluirá dados específicos sobre o autismo no censo do IBGE a partir de 2020, solucionando a falta de dados oficiais no País.

O TEA é resultado de uma desordem no desenvolvimento cerebral que causa modificações na capacidade de comunicação, na interação social e no comportamento. A estimativa é de que existam 70 milhões de pessoas no mundo com autismo. Desse total, 2 milhões estariam no Brasil. O censo será importante para mostrar a realidade do País e acabar com as subnotificações.

Outro passo importante é a Lei 13.977/2020, que instituiu a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA. O documento, emitido gratuitamente, garante que pessoas com autismo tenham prioridade no acesso a serviços de saúde, educação e assistência social das redes pública e privada.

A lei é uma vitória para os profissionais que lutam por essa causa, para as pessoas que possuem o transtorno e suas famílias.

THIAGO GUSMÃO é neurologista infantil.

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