Vida longa e saudável ao Rei do Futebol

| 23/10/2020, 15:04 15:04 h | Atualizado em 23/10/2020, 15:22

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-10/372x236/pele-55cc8b69876e5ca69da30de8a05328e7/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-10%2Fpele-55cc8b69876e5ca69da30de8a05328e7.jpeg%3Fxid%3D147384&xid=147384 600w, Pelé comemora a idade nova em sua casa no Guarujá, em São Paulo

Pelé está mais próximo de Deus. E isso nada tem a ver com os 80 anos que completa hoje. O Rei do Futebol chega bem ao octogésimo aniversário. De sua casa, no Guarujá, onde passa a maior parte do tempo, Pelé manda um recado para os fãs no mundo todo por meio de um vídeo de 3min57s.

Ele queria receber jornalistas e amigos, como fez quando completou 50 anos do seu milésimo gol, marcado em 1969, aos 29 anos. Mas a pandemia brecou qualquer iniciativa desse tipo.

Aos 80, Pelé é grupo de risco e sabe que tem de se isolar, coisa que nunca fez desde que deixou Três Corações, em Minas Gerais, passando por Bauru até chegar a Santos, onde ganhou o mundo. Pelé está quietinho em seu canto, como imagina ficar um dia. Sua maior paixão hoje não é mais a bola, mas é a família, os filhos e os netos. Pelé gosta de ficar rodeado de pessoas.

“Agradeço a todos os que me mandaram cumprimentos. Agradeço a Deus pela saúde de chegar aqui lúcido... não muito inteligente, mas lúcido”, brinca.

Em comemoração ao aniversário, Pelé lembrou de Deus, agradeceu tudo o que Ele lhe proporcionou na vida desde pequeno, quando deu os primeiros chutes numa bola e pano e foi levado pelas mãos de Waldemar de Brito, então técnico do Baquinho, seu time em Bauru, ao Santos com 15 anos.

“Quando for para o céu, espero que Deus me receba da mesma maneira que todos me recebem hoje pelo nosso querido futebol”.

Pelé fala em nome de Deus para agradecer tudo o que ganhou na carreira. E não foram poucas coisas. Só Copas do Mundo ele tem três no currículo das quatro que disputou. Fez 1.283 gols e colocou o Brasil no lugar mais alto do pódio quando o assunto é Mundiais.

Antes de Pelé, a Seleção Brasileira não tinha vencido nenhuma Copa. Durante sua trajetória no futebol, ganhou três (1958, 1962 e 1970). Depois dele, o Brasil festejou duas apenas (1994 e 2002). E olha que ele parou de jogar em 1977.

“Chegando aos 80 com saúde, com boa recepção em todo lugar que vou, sempre de portas abertas para mim. Agradeço a Deus”.
Otimista, Pelé faz uma espécie de reflexão nos seus 80 anos e descobre que só tem de agradecer.

Pelé é o único tricampeão mundial

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Quando Pelé ergueu pela terceira vez a Jules Rimet, em uma tarde ensolarada na Cidade do México, estabeleceu ali provavelmente o recorde mais difícil de ser batido da história do futebol.

Ele se tornou o único jogador a ser três vezes campeão mundial (1958, 1962 e 1970). Outros craques fariam história na competição, mas nunca mais a combinação de longevidade em alto nível e hegemonia de uma seleção nacional se repetiria da mesma maneira.

O feito permanece único há 50 anos e pertence a Pelé desde que ele tinha 29. Hoje, o ex-jogador completa 80 sem que haja sinais a curto prazo de que alguém seja capaz de alcançá-lo. É raro, ainda mais no futebol de hoje, um protagonismo que dura mais de uma década, como o do Rei do Futebol.

Curiosamente, foram outros dois brasileiros que estiveram mais próximos de alcançá-lo. O lateral-direito Cafu e o atacante Ronaldo conquistaram o mundo em 1994 e 2002. Disputaram mais duas Copas, em 1998 e 2006, sendo que bateram na trave no Mundial da França.

Outro recorde de Pelé já passa de quatro décadas e pode ser batido em breve: o de número de gols em jogos oficiais. A contagem de 1.282 leva em consideração também partidas festivas, combinados e confrontos pelo Exército — eventos que não encontram comparativos com o calendário profissional do futebol atual, sobretudo em países onde se joga em alto nível e desfilam as principais estrelas.

Na era do jogo globalizado, leva-se em conta as partidas que ocorrem sob a chancela de federações. Nelas, o Rei tem 763 gols. Dos jogadores em atividade, quem está mais perto de alcançá-lo é Cristiano Ronaldo. São 742 gols e uma corrida discreta em busca do recorde do maior jogador de todos os tempos.


Momentos de Pelé na história do futebol


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O termo “gol de placa” surgiu de um gol marcado por Pelé contra o Fluminense, em jogo válido pelo Torneio Rio-São Paulo, em 5 de março de 1961.

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Em 1969, Pelé chegou à incrível marca de mil gols. Foi na vitória por 2 a 1 sobre o Vasco, no Maracanã, no dia 19 de novembro.

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O adeus ao futebol ocorreu em 1977, num jogo entre Santos e Cosmos. Pelé jogou um tempo de cada lado, com vitória americana, por 2 a 1.

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