“Fica um sentimento de revolta”, diz sobrinho de capixaba morto por briga de torcida

| 20/02/2020, 17:45 17:45 h | Atualizado em 20/02/2020, 18:35

Vítima da briga entre torcedores de Flamengo e Peñarol, jogo que aconteceu em 2019, Roberto Vieira de Almeida foi enterrado na tarde desta quinta-feira (20), em Vitória. O corpo foi velado no Centro Comunitário de Santa Martha, bairro onde o torcedor era querido e conhecido por suas excursões e pelo seu amor pelo Flamengo, e enterrado no cemitério de Maruípe, às 16h30.

Além da tristeza, o sentimento dos familiares no local era de revolta. Roberto organizava excursões há cerca de 40 anos, para jogos do Flamengo e para viagens em finais de semana e feriados.

A briga aconteceu no dia 3 de abril do ano passado, na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, antes da partida entre Flamengo e Peñarol pela fase de grupos da Libertadores. Roberto estava tentando apartar a confusão, quando foi agredido pelas costas, na cabeça, com uma cadeira.

Na época, três torcedores uruguaios chegaram a ser detidos — Dennis Oscar Viega González, Fernando Segundo Carreno Tucce e Gianfranco Steffano Cattapan Flores —, mas foram soltos em junho de 2019 e ainda estão no Brasil até o fim do processo.

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“As excursões para os jogos do Flamengo era o que ele mais gostava de fazer. Era um flamenguista apaixonado. A paixão dele era montar essas excursões para poder acompanhar o time. Fica um sentimento de revolta porque o acontecimento foi no local onde ele mais gostava de estar. Fica de lição que a gente tem que tentar estar o mais longe possível de uma briga. A gente fica até pensando ‘por que ele não se afastou um pouco?’. A gente nunca imaginava que poderia perdê-lo dessa maneira como foi”, lamentou o sobrinho Vinícius Salvador, de 25 anos.

Além de familiares, amigos de Roberto também acompanharam o velório, como Weslei Gomes, 37 anos. Ele é conselheiro da torcida organizada Flapixaba e costumava encontrar a excursão de Roberto nas idas ao Rio de Janeiro.

“A gente ia em excursões diferentes. A Flapixaba tem a dela e o Roberto fazia a dele. Mas a gente se encontrava nas paradas, em Campos, e no café da manhã, geralmente em Itaboraí, e depois na Gávea. Por exemplo, quando o jogo era 21h30 em uma quarta-feira, a gente chegava na Gávea por volta de 9h30, e às 11h30 ou ao 12h, a gente via a turma do Roberto sair para fazer um tour pela praia, De vez em quando a gente se encontrava no Maracanã também”, conta Weslei, amigo de Roberto há 11 anos.

No sábado (22), antes do jogo da final da Taça Guanabara entre Flamengo e Boavista, é esperada a realização de um minuto de silêncio em homanagem ao torcedor capixaba.

“Vai ser emocionante e também vai mostrar o quanto ele era querido e rubro-negro. Foram 40 anos fazendo excursões para os jogos Vai ser muito bonito se for feito isso”, acredita Weslei.

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