Artilheira capixaba com fome de bola
Campeã brasileira, artilheira e vice-campeã da Libertadores. A atacante capixaba Nathane teve uma temporada espetacular em 2019 pela Ferroviária/SP, o que chamou a atenção do futebol sul-coreano.
O Campeonato Sul-Coreano masculino (K League) foi um dos primeiros a retornar no mundo, iniciando a disputa há quase um mês, no dia 8 de maio, e no próximo dia 15 vai começar o Campeonato Sul-Coreano feminino (WK-League).
“O campeonato teria início em abril, porém não aconteceu nenhum jogo, infelizmente foi adiado. Mas já vai começar e a gente está se preparando para começar com tudo essa competição!”, conta a jogadora natural de São Mateus, de 29 anos, e que já defendeu o Flamengo e a seleção brasileira.
A Coreia do Sul é um dos países que melhor controlaram a pandemia. Até o momento, o país registrou 273 mortes e 11.590 mil casos confirmados da doença.
“Quando eu vim para a Coreia (em março), o pico não estava tão alto, mas logo começou a ter um pico muito alto. Mas aqui as coisas são bem controladas e foi bem tranquilo. Eles tomam muitos cuidados e respeitam bastante as determinações e as leis”, lembra.
Nathane agora quer estrear pelo novo clube e dar sequência à ótima fase que vive na carreira. Em 2019, ela marcou nove gols na Libertadores Feminina, sendo artilheira e vice-campeã com a Ferroviária/SP, pela qual também foi campeã brasileira em cima do favorito Corinthians.
“Acredito sim que tem tudo para dar certo. Espero fazer um campeonato muito bom e que 2020 seja ainda um ano de grandes conquistas!”, conclui.
“Mulheres fortes e rápidas” - Nathane atacante do KSPO, da Coreia do Sul
A Tribuna — Você vem de uma temporada maravilhosa e acredito que por isso tenham surgido várias propostas. Por que aceitou o desafio de jogar na Coreia do Sul?
Nathane — Tive propostas de times brasileiros e achei interessante porque queria também ficar no Brasil, a estrutura estava começando a melhorar. Mas eu queria também ter uma experiência fora do País e já tinha ouvido falar do futebol da Coreia do Sul. Aqui elas são bem fortes e rápidas, um pouco diferente do Brasil, onde as mulheres são mais habilidosas. Eu queria ter uma experiência diferente e estou gostando bastante.
Nathane — É um país muito bom. Estou em Incheon e aqui é bem “da hora”. A única dificuldade, porque é bem diferente, é a alimentação. Mas o clube ajuda bastante nisso e estou conseguindo me adaptar. Tenho uma tradutora e fica mais fácil também. No time não tem nenhuma brasileira, a maioria é coreana e japonesa.
A Tribuna — O seu time (KSPO) tem condições de brigar pelo título do Campeonato Sul-Coreano?
Nathane — Tem condições sim, a gente está treinando bastante. O time vem forte e no ano passado ficou em quarto lugar. A estrutura é muito boa mesmo, grande.
A Tribuna — Acredita que uma boa temporada na Coreia pode te levar de volta à seleção?
Nathane — É difícil falar (sobre seleção) com esse vírus rolando, mas um dos lugares que estão em atividade é o nosso, no futebol feminino, porque o resto está tudo meio que parado, então talvez possa ser, mas meu foco é jogar aqui e conquistar o campeonato.