Esperando Bolsô

Levantamento da gestão Bruno Covas (PSDB) mostra que 137 mil famílias na cidade de SP já passaram por todo o processo de cadastramento para receber o Bolsa Família, mas até hoje não foram contempladas pelo governo federal.

De acordo com a prefeitura, o programa está praticamente congelado desde abril de 2020, com raras entradas de beneficiários.

Por outro lado, 9.000 famílias foram excluídas desde setembro. Em fevereiro de 2021, 471.084 delas receberam o Bolsa Família na capital.

Devagarinho
Além do engessamento do Bolsa Família, a gestão Jair Bolsonaro ainda não resolveu a retomada do auxílio emergencial. Em SP, Covas decidiu pela prorrogação por mais três meses do programa de auxílio na cidade, que paga R$ 100 a cada membro da família beneficiada.

Mais
Na Câmara Municipal, que discute a extensão do auxílio emergencial da cidade, vereadores têm negociado a possibilidade de ampliar o programa para contemplar aqueles que estão na fila de espera do Bolsa Família.

Posição
Em nota, o Ministério da Cidadania afirma que desde abril de 2020 o número de beneficiários do Bolsa Família é superior a 14 milhões e que o fluxo de saídas e novas entradas está relacionado a processos de averiguação e revisão cadastral.

Time
A vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos) montou seu gabinete na Câmara de SP com desgarrados do bolsonarismo: ex-assessores de radicais como Gil Diniz (sem partido) e Chris Tonietto (PSL-RJ) e candidatos que não foram eleitos em 2020, como Silverio Nobre (Patriota, apoiado por Eduardo Bolsonaro) e Cris Godoy (PRTB).

Redes
Um dos nomeados, Mario Lutécio Martins, o Ted Martins, responde a processo na Justiça por danos morais movido por Joice Hasselmann (PSL-SP), Júnior Bozzella (PSL-SP) e outros. Segundo eles, Martins administra páginas de ataques a opositores de Bolsonaro, nas quais Joice é vítima de montagens como porca, baleia e botijão de gás.

Resposta
A vereadora diz em nota que levou em conta a confiança, o alinhamento ideológico e a capacidade intelectual para enfrentar a pauta progressista como critérios de escolha dos nomeados. Sobre Ted Martins, diz que o tema está sendo tratado na Justiça. Sonaira perguntou se a Folha também questionaria os demais gabinetes.

Distâncias
A votação na Câmara que decidiu pela manutenção da prisão de Daniel Silveira (PSL-RJ) teve resultados contrastantes nas bancadas estaduais. Entre parlamentares do RS, 17 votaram pela soltura, contra 12 que optaram por confirmar a decisão do STF.

placar "Em SC, Silveira ganhou por 9 a 7. Na Bahia, perdeu de goleada, 34 a 4. No RJ, idem: 28 a 13. Em SP, derrota por 49 a 21.

Racha
A votação dividiu a bancada evangélica na Câmara, com Silas Malafaia e deputados que são seus aliados na Assembleia de Deus (AD) do lado pró-Silveira e parlamentares da Universal do ouPro.

Pá-pum
Durante a votação, os aliados de Malafaia compartilharam no grupo de WhatsApp da bancada os prints dos votos "não". Em reação, receberam imagens de "sim" da turma da Universal e de outras igrejas (inclusive de grupos da AD).

Índice
Malafaia prometeu publicar lista dos deputados que foram contra Silveira, como centrais sindicais costumam fazer em votações consideradas prejudiciais a suas pautas. Sites alinhados ao grupo do pastor divulgaram os nomes dos 56 da bancada que votaram "sim" e dos outros 27 que tomaram a direção oposta.

Picada
A deputada bolsonarista Soraya Manato (PSL-ES), defensora da cloroquina, recebeu dose da Coronavac em 25 de janeiro, dia em que o governo de seu estado abriu vacinação para trabalhadores da saúde. Ela diz ao Painel que preferia ter sido imunizada com outra vacina, mas não há como escolher. E que tomará a outra dose nesta segunda (22).

Motivos
Manato é médica e diz que atende em hospital dois dias por semana no ES. Ela afirma que gostaria de outra vacina "por causa dos estudos, das referências". Nas redes sociais, publicou card sobre interrupção dos estudos da Coronavac pela Anvisa em novembro. Ela não divulgou que recebeu a imunização.

Tiroteio

“As forças do atraso seguem testando seus limites, saudosos de um passado de dor que não pode ser reescrito e que não voltará.”

De Aloizio Mercadante (PT), presidente da Fundação Perseu Abramo, sobre Clube Militar ter dito que a população tem saudade da ditadura.