Esculturas de escolas de samba são roubadas e prejuízo passa de R$ 20 mil
Esculturas das escolas de samba de Vitória estão sendo furtadas dentro de um espaço reservado para elas no Tancredão, na Capital. O local é destinado para as escolas levarem os carros alegóricos após os desfiles e depois serem encaminhados para os barracões das agremiações. Os objetos fizeram parte dos desfiles que aconteceram na sexta-feira (14).
Segundo Thiago Bandeira, presidente da escola de samba Andaraí, o furto foi uma surpresa para os integrantes. “Esses furtos aconteceram nesta semana, durante o Carnaval nacional. Temos um prazo, que se encerra na próxima segunda (2) para retirar os carros de lá. Quando fomos buscá-los, notamos que faltavam várias esculturas”, contou o presidente.
As imagens são feitas de isopor e fibra, além de serem de grande e médio porte. O prejuízo é de cerca de R$ 20 mil. “Todos os anos a gente leva os carros para dentro do espaço que fica no Tancredão. Algumas pessoas entram ali e furtam esculturas, ferragens e materiais”, afirmou Thiago.
Ele acredita que os furtos são praticados por pessoas relacionadas com o Carnaval. “Algumas pessoas passam pano quente, dizendo que são 'nóias' (usuários de drogas), mas eu acredito que não seja. Isso vem de gente que trabalha e é envolvida no Carnaval. Pega e leva para outras cidades ou guarda nos barracões para utilizar no próximo ano”, denuncia.
Segundo o presidente da Andaraí, para pegar uma imagem seria necessário em torno de quatro a cinco pessoas, além da utilização de lixadeiras.
“Essas esculturas são soldadas nos carros, são de médio e grande porte, e precisariam até de um caminhão para levar. Então não é 'nóia' que faz isso”, disse.
Thiago contou que foram mais de dez esculturas roubadas. “Duas araras, dois porcos, duas passistas, duas cobras, dois bois e o letreiro da escola. Tudo foi levado”, informou. O presidente comunicou o fato à Liga das Escolas de Samba do Espírito Santo.
Além da Andaraí, a escola de samba Mocidade da Praia também verificou que foram roubadas algumas alegorias. “Nossos dois cavalos-marinhos, de dois metros, foram roubados. Cada um custa em torno de R$ 1.000”, revelou o vice-presidente da agremiação, Tim Santos.
Lieses
O presidente da Liga das Escolas de Samba do Espírito Santo, Edson Rodrigues, disse ser solidário às escolas, mas alegou que o caso se trata de segurança pública, o que compete ao município.
“No domingo, após o final dos desfiles, a Liga já havia tirado da dispersão mais de 25 carros e levado para a área disponibilizada no Tancredão. Além disso, contratamos segurança particular, que está lá até hoje, para ficar nesse espaço no horário de 7h as 19h. Durante a noite, o portão fica trancado”, explicou.
Edson disse ainda que não existe apenas uma entrada para esse espaço, o que dificulta a vistoria no local.
“Porém, é uma área em que as pessoas não entram apenas pelo portão principal, existem outras passagens. O que temos feito é pedir o apoio da prefeitura. O nosso espaço atual não comporta mais o Carnaval, ele cresceu. Precisamos de um espaço para as escolas guardarem os carros”, pediu o presidente da Liga.
Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Vitória informou que o prazo para as escolas de samba retirarem os carros alegóricos é de 15 dias, contados a partir do dia 20 de fevereiro, e que a segurança das alegorias é de responsabilidade da Liga.
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