“Nós não podemos viver de tristeza”, diz integrante do Comichão
Jales Neto | Cantor e compositor “Estão com saudades até de quem está ao lado”
AT2: Comichão está com 20 anos de estrada e com muitas atualizações. Como tem sido esse caminho?
Jales Neto: Nós nos reinventamos ao longo destes anos. Sempre fomos autoral, mas é muito difícil imprimir música para as pessoas ouvirem. Mesmo assim, sempre compomos, produzimos. Desde que começamos, o repertório dos nossos shows tem, pelo menos, 50% de canções autorais. É importante. E, quando fazemos covers, damos a nossa cara, transformamos em um som nosso.
Vocês começaram tocando forró pé de serra...
Sim. Mas vimos a necessidade de sairmos da caixinha. Falamos: “Vamos fazer de uma forma Comichão”.
Essa reinvenção é, na verdade, uma necessidade do próprio meio musical. Seja na forma de compor ou de a música ser consumida, não?
Sim. Hoje, o consumo musical entra de forma tão sutil que as pessoas nem percebem. E isso se deve à internet e aos seus caminhos. Antes, o consumo musical era por estilo: ouço rock. Curto reggae, pop. Mas, atualmente, todo mundo ouve de tudo e, muitas vezes, nem procura. A coisa chega. Com a internet, está tudo na palma da mão, o que ajuda bastante.
De que forma define o som da banda Comichão?
Comichão é uma banda baladeira. Gostamos de fazer um som diferente, nosso.
Antes de “Minha Live Preferida”, lançaram “Tá Sobrando Amor”, no final do ano passado.
Sim, sim. E já estamos com outras canções, mas, agora, vamos trabalhar o lançamento de hoje. “Minha Live Preferida” é atual. Ela transmite um sentimento do momento. Com tudo o que está acontecendo, as pessoas estão com saudades até de quem está ao lado.
“Minha Live Preferida” foi escrita por quantas mãos?
É uma composição minha, do Victor Calmon, Vitor Nunes e Allan Vieira.
A banda também tem feito lives.
Sim. Temos um projeto chamado “Live Solidária nas Cidades”, todos os domingos, às 17h. Já fizemos Afonso Cláudio, Brejetuba, Itaguaçu e Laranja da Terra (ontem).
As próximas cidades serão Venda Nova do Imigrante, Santa Maria de Jetibá e Afonso Cláudio. Nossa live é uma festa dentro da cidade, mas sem sair de casa. As pessoas se envolvem, é incrível!
Depois dos cinemas, agora vão rolar os shows em drive-in. A banda Comichão tem algo programado?
Recebemos duas propostas: Cachoeiro de Itapemirim e Vitória. Os shows mudaram. Agora, a comunicação é essa.