O bandolim de dez cordas de Hamilton de Holanda encontra o violão peculiar de João Bosco no recém-lançado “Canto da Praya”, disco em que os parceiros musicais fazem uma celebração ao samba. “O repertório partiu de uma ideia que a gente teve após uma série de shows chamada 'Eu Vou Pro Samba'. A nossa intenção era que ele contemplasse o samba. Sempre achamos esse estilo nosso ponto de encontro de ideias musicais e rítmicas”, explica Hamilton sobre o disco captado no estúdio Da Pá Virada, na cidade de São Paulo. O novo projeto, assim como “Abricó-de-macaco”, lançado por João em maio, é focado em releituras de clássicos do violonista. Foram rearranjados para o formato de duo sucessos como “Sinhá” e “Odilê Odilá”, além de “Gagabirô”, que Hamilton nunca havia tocado ao lado do parceiro. A parceria de 50 anos do compositor com Aldir Blanc, morto recentemente, também é contemplada, compondo a maior parte do trabalho, a exemplo de “Incompatibilidade de Gênios”, “Tiro de Misericórdia” e “Nação”. Ainda fazem parte do álbum clássicos de outros autores que Hamilton e João admiram. Entre eles, “Ângela”, de Tom Jobim, que os artistas tocam juntos pela primeira vez no registro, e “Chega de Saudade” (Antonio Carlos Jobim/ Vinicius de Moraes). “O fantástico em estar com o Hamilton é essa liberdade de tocar o que gostamos. Ele é um músico extraordinário: qualquer coisa que você coloca possibilidade de dueto não tem limite para ele”, diz João. Em breve, será lançado o segundo volume do projeto, com Hamilton de Holanda ao lado do consagrado sanfoneiro Mestrinho, gravado na Casa da Glória, no Rio.