Jéssica Juttel: "Sempre encontre formas de se renovar e lavar a alma”
Jéssica Juttel - Atriz “Aprendi a escutar mais. Sempre fui comunicativa”
AT2: Você já participou de “Segundo Sol”, Quais as boas lembranças guarda desse trabalho?
Jéssica Juttel: Pude conviver com grandes atrizes e atores, como Adriana Esteves, Letícia Collin, Chay Suede e tantos outros que me ensinaram a observar e aprimorar meu olhar, escuta e minha arte. Quando eu estava lá, pensava: É isso! Essa é a rotina que quero para a minha vida. É importante ter algum lugar onde se quer chegar, pois assim caminhamos e absorvemos cada estímulo que nos leve para a direção certa. A disciplina faz toda a diferença na busca pelo que se almeja.
É vegetariana há muito tempo? O que a levou a optar por isso?
Sim, sou vegetariana há quase um ano e meio. Fiz a transição de forma leve e prazerosa e, por isso, não tive grandes dificuldades. Eu prezo muito pelo veganismo para além da alimentação, pois ser vegana é um ato político e eu quero ir ao encontro dessa militância. Gradativamente, venho mudando meus hábitos e fazendo a transição de tudo aquilo que traz sofrimento em sua existência.
Qual seria seu maior desafio na carreira?
A carreira em si já é um desafio. Viver de arte no nosso País é diariamente desafiador. É uma vontade que precisa vir da alma, para se ter forças para lutar contra um sistema que desestimula. Arte é voz! Arte leva a informação. Arte é vida! Outro desafio seria atuar em outro país e dominar emocionalmente outro idioma.
Qual a palavra que não existe em seu vocabulário, em sua vida?
Pai. Minha mãe se separou grávida e não tive contato com ele.
Sobre a pandemia, como a Jéssica irá sair disso tudo?
Aprendi a escutar mais as pessoas. Sempre fui muito comunicativa e, às vezes, escorregava para a tagarelice. Hoje, me percebo mais apaziguada em diversos momentos. Meu olhar para a periferia, para a desnutrição, as tantas vidas perdidas e o desconsolo nacional se tornou potente e acolhedor.
O que ela diz
“Passarinha”
“Em 2014, eu peguei a minha mala, coloquei dentro dela coragem, vontade, atitude, insistência, paciência, amor e fui sozinha alçar meus próprios voos, bem passarinha que sou. Como canta Liniker: 'coube tudo na malinha de mão do meu coração'. Cheguei no Rio de Janeiro e comecei do zero. Não havia nada em vista, apenas um coração com muita disposição e um olhar esperançoso”.
Saúde
“Tenho minha rotina matinal que não falha um dia sequer: limão em jejum com várias especiarias que vou sempre intercalando (como cúrcuma, guaraná em pó, açaí em pó, canela, ginkgo biloba, maca peruana, gengibre e própolis). Eu não vou escrever 'nunca', para não ser presunçosa, mas quase nunca fico doente”.
Reinvenção
“Eu me reinvento dia após dia. Adoro explorar o desconhecido. Sempre amei a natureza, mas a pandemia me conectou mais ainda com o paraíso. Me aprofundei na yoga, no quesito teoria e prática. Aprendi a escalar e, com isso, subi a pedra da Gávea. Aprimorei minha culinária vegana e agora sou mãe de uma linda horta”.