Eles dizem não ao protetor solar
Acompanhando a tendência de levar a vida da maneira mais natural possível, muitas pessoas estão abrindo mão de substâncias químicas no dia a dia. É grande o movimento de mulheres que deixaram de usar anticoncepcional devido aos riscos do medicamento. E ultimamente têm chamado a atenção o número de pessoas que estão deixando de lado o uso do filtro solar.
Um dos argumentos utilizados para justificar o não uso do protetor é a preocupação com as consequência da falta de absorção da vitamina D para a saúde. Outro motivo seria o número de elementos pesados na composição desses produtos.
Contudo, médicos alertam para o perigo de não usar o filtro solar no dia a dia. Para a dermatologista Lorena Maia, os riscos são inúmeros.
“Destacam-se entre eles queimaduras da pele, envelhecimento precoce, além de perda do colágeno e da elasticidade. A exposição solar é também o principal fator de risco para o surgimento de vários tipos de câncer de pele, como carcinoma e o temido melanoma”.
A dermatologista Patrícia Friço afirmou que o uso do protetor solar deve ser feito até na sombra. “O ideal é que a pessoa esteja sempre com protetor solar porque a radiação chega à superfície e reflete, podendo atingir a pele da pessoa mesmo que ela esteja na sombra ou o dia esteja nublado”.
Para a produção da vitamina D não ficar comprometida, a médica do estilo de vida Bruna Nascimento explicou que 10 minutos de exposição diária sem proteção são suficientes. “O indicado é se expor ao sol sem proteção por, no máximo, 10 minutos ao dia. Esse período já é suficiente para a ativação da vitamina D. Mais do que isso só com proteção”.
Para a farmacêutica Juliana Mattos, todos os filtros solares precisam ter proteção UVA e UVB. “Outro ativo importante é a vitamina E, que potencializa a proteção solar e previne o envelhecimento precoce causado pelo sol”.
Só 23% usam filtro corretamente
Riscos de exposição sem proteção
A exposição à radiação ultravioleta (UV) tem efeito cumulativo e os raios solares penetram profundamente na pele, podendo provocar diversas alterações, como o surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas e outros problemas.
A exposição solar em excesso também pode causar tumores benignos (não cancerosos) ou malignos, como o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma.
O que os médicos recomendam
A SOCIEDADE Brasileira de Dermatologia (SBD) recomenda usar sempre protetor com fator de proteção solar (FPS) 30 ou maior.
Também é preciso cobrir as áreas expostas com roupas apropriadas, como camisa de manga comprida, calças e chapéu de abas largas.
Ao sair ao ar livre, procure ficar na sombra, principalmente no horário entre 10h e 16 horas, quando a radiação UVB é mais intensa.
Óculos escuros também complementam as estratégias de proteção.
A quantidade certa de protetor solar indicada é o equivalente a uma colher de chá para cada área.
Deve-se passar o filtro duas vezes por dia no corpo inteiro.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia constatou que apenas 23% dos brasileiros usam o protetor solar da maneira recomendada pelos médicos. A estimativa atual é de que seis milhões de pessoas não usam nada na exposição ao sol.