Gilbertinho Campos: “Vamos ampliar o Patrulha Guardiã Lei Maria da Penha”
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O PSOL disputa a prefeitura de Vitória este ano com Gilbertinho Campos, que está na sua primeira eleição. O candidato foi coordenador do setor de educação tributária da Secretaria de Estado da Fazenda durante a carreira como auditor fiscal da Receita Estadual. Também coordenou o Movimento Pró Cotas da Ufes.
Hoje atua como liderança do movimento negro, como coordenador nacional do Círculo Palmarino e ativista do Instituto Elimu, núcleo de pesquisa, ensino e formação de educadores e lideranças negras. Em chapa puro sangue, sua vice é Munah Malek. Confira as principais propostas dele na série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Vitória promovida pelo Tribuna Online.
A Tribuna - Qual é a proposta prioritária de seu plano de governo?
Gilbertinho Campos - Meu projeto para a cidade é fazer a unificação da nossa Vitória. Vitória é uma cidade dividida entre os bairros da classe média, que estão localizados na orla, e os bairros que estão à esquerda da Leitão da Silva, que são os morros, as zonas periféricas, os bairros populares.
A cidade é dividida porque o poder público só tem olhos para os bairros nobres, enquanto os demais não têm a mesma atenção e, com isso, sofrem com problemas históricos. Problemas de falta d’água, falta de coleta de lixo, esgoto a céu aberto, calçadas intransitáveis e ruas sem pavimentação.
Falta transporte público 24 horas para atender as zonas periféricas. Toda a riqueza do município tem que ser dividida por igual na cidade. Na minha gestão, vamos privilegiar os bairros que historicamente não têm esse atendimento.
Quais suas propostas para a segurança pública no município?
Na nossa política de segurança pública vamos construir bases comunitárias da Guarda Municipal nos territórios periféricos. Vamos criar um programa para cuidar da saúde mental e física dos profissionais da Guarda Municipal. Vamos ampliar o programa Patrulha Guardiã Lei Maria da Penha. Também vamos ampliar as rondas cidadãs de policiamento preventivo e comunitário na Guarda Municipal.
Quais são os objetivos para os primeiros 100 dias de administração?
O principal problema da cidade são desigualdades sociais existentes entre a população negra e a população branca, a falta de oportunidade para a população negra, a falta de atenção do poder público. A minha primeira medida será a constituição de um gabinete que fará um diagnóstico completo sobre os principais problemas da população mais vulnerável da cidade.
No campo da saúde, quais são suas propostas?
Nós iremos implementar e executar integralmente o Plano Municipal de Saúde (2018-2021), que expressa a responsabilidade do governo municipal, as aspirações dos trabalhadores de saúde, da população e do Conselho Municipal de Saúde e demonstra as necessidades de saúde existentes no município de Vitória.
Dentre as principais metas estão a criação de uma nova Unidade de Saúde no bairro Jardim Camburi, considerando a crescente populacional dessa localidade; o foco na garantia da cobertura de 100% da estratégia da saúde da família; a construção dos Centros de Atenção Integral à Saúde da Mulher; a ampliação da oferta de consultas de especialidades médicas e a quantidade de servidores das equipes multiprofissionais das unidades de saúde.
Precisamos mapear e reconhecer as especificidades de cada região em termos de saúde para criação de diagnósticos e intervenções sanitárias de acordo com cada perfil.
De que maneira pretende interagir diretamente com as comunidades e associações de bairros?
Vamos investir no planejamento e gestão do desenvolvimento local integrado participativo. O planejamento deve garantir o acesso das comunidades populares às políticas públicas e aos bens urbanos; ainda, aos investimentos em saneamento, mobilidade, habitação, equipamentos coletivos e espaços públicos.
Dar especial atenção à questão sanitária, ao recolhimento, tratamento de resíduos, à limpeza pública e dos pontos viciados em lixo; combater movimentos pendulares casa-trabalho; casa-estudo; casa acesso a serviços de saúde; casa-lazer com prejuízos econômicos e na saúde individuais e grandes custos sociais.
Também vamos promover ações de segurança alimentar, combater os desertos alimentares; implementar políticas públicas que garantam a difusão de hortas urbanas agroecológicas para a segurança e a soberania alimentar do povo, disponibilizando recursos básicos, como: água, sementes, mudas, insumos agrícolas naturais.
Administrar a concessão de auxílio emergencial complementar e ampliação da distribuição de cestas básicas e itens de higiene para as famílias necessitadas, durante o período de pandemia e nos três meses subsequentes.
Universalizar os serviços essenciais, como água, esgoto e energia e ampliação da tarifa social para os beneficiários do auxílio emergencial, inclusive em períodos subsequentes à pandemia; investir na realização de reformas emergenciais nas residências para melhorar as condições de isolamento social, ventilação, iluminação e acesso ao saneamento básico, destacadamente à água potável.
Temos como planejamento promover o abrigo temporário das pessoas em situação de rua e das famílias que residem em situação de adensamento excessivo em imóveis vazios públicos ou privados ou em quartos de hotéis que se encontram ociosos; trabalhar na melhoria das condições de atendimento e disponibilização de medicamentos e testes para Covid-19 nas UPAs e nas unidades básicas; e intensificar as redes de denúncia e de apoio para os casos de violência doméstica.
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