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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Efeitos físicos na atuação profissional são suficientes?

| 12/03/2020, 06:31 06:31 h | Atualizado em 12/03/2020, 06:34

É correta a presunção de que a Educação Física necessita focar nos efeitos fisiológicos e na saúde física dos indivíduos, conforme o recente reconhecimento na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) como profissional de Educação Física na Saúde. Esse reconhecimento também abre um leque de possibilidades de atuação no Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com as lutas históricas da categoria.

O questionamento que buscamos levantar aqui é se esses efeitos físicos na atuação profissional são suficientes, tentando trazer uma reflexão já bem discutida no campo do esporte.

Richard Bailey atestou que os benefícios na saúde de praticantes regulares de atividades esportivas já estão bem estabelecidos, associando esta prática a uma vida mais longa e com melhor qualidade, reduzindo os riscos de doença e produzindo benefícios psicológicos e emocionais.

O autor ainda sugere que o ideal é que se comece cedo para reduzir o adoecimento na infância, e o de evitar doenças que têm sua origem no início da vida.

Geoff Nichols também chegou à conclusão semelhante ao afirmar haver evidência suficiente para constatar a relação entre a participação em atividades esportivas e a melhora da saúde física e mental dos praticantes.

Uma pesquisa no Reino Unido afirma que 30 minutos de atividade, em intensidade moderada, por 5 vezes na semana, seriam suficientes para melhoria na saúde cardiovascular, redução de adoecimento, ganho de força e melhor autoavaliação da saúde.

Com 3 vezes na semana apenas houve ganho de força e melhoria na autoavaliação na saúde. Com menos de 3, os indivíduos apenas se percebiam mais saudáveis, apesar de não haver qualquer alteração nos parâmetros físicos tradicionalmente avaliados.

Esta pesquisa foi conduzida na Irlanda do Norte, país que possui um grande número de centros esportivos em relação à quantidade populacional, e a conclusão foi a de que apenas possuir estes centros não são garantia de melhoria na prática esportiva.

Esta constatação pode sugerir que o incentivo à prática e à existência de projetos esportivos poderiam ser uma forma de melhor aproveitar a estrutura existente.
Outra constatação foi a de que simplesmente melhorar a capacidade física e mental dos praticantes não teria qualquer efeito, por exemplo, na redução da criminalidade, pois poderiam apenas produzir criminosos melhor condicionados por “efeito de composição”.

Essas reflexões nos levam a perceber que a simples prática do esporte, ou apenas seu foco em questões fisiológicas, pode limitar a percepção do seu potencial social.

Como a diferença que ele faz na vida de atletas paralímpicos, ou de pessoas com deficiência que se inspiram nestes atletas para superação da vida diária. Ou ainda como recentemente noticiado: atletas de rúgbi ao levarem para o campo de jogo um menino com nanismo que sofria bullying na escola, que foi, segundo a mãe dele, do pior (bullying na escola) para o melhor dia da sua vida.

Leonardo Perovano Camargo é professor e doutorando em Educação Física pela Ufes

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