Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

Efeito rebote de medicamento

| 13/04/2021, 10:45 10:45 h | Atualizado em 13/04/2021, 10:47

Do mesmo jeito que uma bola volta a saltar quando a jogamos, os sintomas de uma doença podem reaparecer quando cessa o efeito daquilo que inicialmente a aliviou. Essa reversão da resposta, após a retirada de um estímulo, é denominada rebote.

Conhecida também como “reação paradoxal” do organismo, uma das ironias deste fenômeno é que faz os pacientes experimentarem os mesmos efeitos que esperavam fazer desaparecer, usando fármacos com ação oposta ou contrária às manifestações sintomáticas ou fisiológicas das doenças.

Como os medicamentos atuam de forma contrária ou paliativa aos sintomas das doenças, o efeito rebote é o resultado das tentativas automáticas do organismo para retornar ao seu estado de equilíbrio, alterado pelos efeitos primários das drogas.

Os seres vivos mantêm a constância do meio interno através de ajustes próprios nos processos fisiológicos. Esses mecanismos homeostáticos estão presentes em todos os níveis da organização biológica, desde os simples mecanismos celulares até as complexas funções psíquicas.

Acredita-se que o efeito rebote seja causado pela alteração na regulação ou na capacidade de resposta dos receptores fisiológicos envolvidos no mecanismo de ação da droga.

De acordo às evidências experimentais, essa reação ocorre em intervalos variáveis após a descontinuação parcial ou completa da droga, apresentando intensidade maior do que os sintomas originalmente suprimidos pelo remédio.

Drogas utilizadas no controle da hipertensão arterial podem despertar hipertensão arterial rebote, após cessar o efeito biológico primário.

Fármacos com ação antiácida, como antagonistas do receptor H2, sucralfato, misoprostol, inibidores das bombas de próton, dentre outros, podem despertar aumento rebote na produção de ácido clorídrico e gastrina, com piora do quadro original.

Inúmeros estudos confirmam a ocorrência de bronco-constrição após a descontinuação parcial ou completa de drogas bronco-dilatadoras, com aumento da reatividade brônquica e piora da asma.

Frequentemente surgem casos de piora dos sintomas depressivos após a descontinuação de antidepressivos, relacionando essa resposta à diminuição rebote dos níveis de serotonina.

Vários trabalhos alertam para os comportamentos suicidas manifestados em usuários de antidepressivos, evento adverso que pode ser explicado pelo efeito rebote.

Sendo um mecanismo do organismo no sentido de preservar a constância do meio interno, o efeito rebote poderá ocorrer com todas as classes de drogas. Em vista da relevância do fenômeno, essas reações paradoxais podem causar eventos adversos graves ou fatais.

Apesar de se manifestar em uma minoria de indivíduos, assume importância epidemiológica quando considerado o grande consumo de medicamentos pela população.

Uma maneira de evitar o efeito rebote é retirar a droga lentamente, pois a interrupção abrupta pode desencadear reação paradoxal.

Saúde é uma questão de equilíbrio entre dois opostos.

SUGERIMOS PARA VOCÊ: