Secretário da Educação avalia juntar anos letivos de 2020 e 2021

| 06/05/2020, 10:42 10:42 h | Atualizado em 06/05/2020, 14:51

Reportagem atualizada às 14h40

A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) está buscando alternativas para reduzir o prejuízo dos alunos em relação ao aprendizado e traçando estratégias para quando as aulas presenciais forem retomadas.

Segundo o secretário Vitor de Angelo, uma das opções que estão sendo avaliadas pela pasta é a junção dos anos letivos de 2020 e 2021.

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“Ao invés de pensar só o ano de 2020, pensar em 2020 conectado com 2021. Ao invés de corrermos atrás e, em poucos meses tentarmos dar conta de todo o conteúdo de 2020, a gente podia juntar os dois anos e trabalhar todos os seus conteúdos juntos”, disse o secretário durante uma live no Instagram onde respondeu perguntas de estudantes.

Em entrevista ao Tribuna Online, Vitor de Ângelo detalhou a sugestão. "Se considerarmos que as aulas voltassem em julho, o que não é possível considerar uma vez que não há previsão, nós teríamos seis meses para trabalhar o conteúdo de todo o ano de 2020. Uma ideia, no entanto, que me agrada, é aproveitar estes seis meses deste ano com os 12 meses do próximo ano e dividir entre os dois anos letivos. Mas esta é uma ideia. Não foi apresentada como proposta", explicou.

Segundo o secretário, qualquer proposta neste sentido será discutida em parceria com os municípios. "A autonomia de definir é do Estado, mas vamos fazer este alinhamento com os municípios, para evitar qualquer desalinhamento e ouvir as propostas que cada secretaria tem a apresentar", apontou.

Caso esta sugestão seja levada adiante, o secretário apontou que poderia ser benéfica para alunos de todas as séries até o segundo ano do Ensino Médio. “Para quem está no terceiro, não faz sentido porque em dezembro, a escola acabou. Não há 2021 letivo. Mas essa alternativa faz sentido para os alunos do segundo ano para baixo”, afirmou.


Como seria "juntar" os anos letivos de 2020 e 2021?

  • Caso as aulas retornem em julho*, os seis meses de 2020 (julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro) seriam "unidos" aos 12 meses de 2021.
  • Os anos letivos de 2020 e 2021 seriam distribuídos neste período de 18 meses.
  • Neste período, ainda é preciso considerar períodos de férias, feriados e recessos.
  • O secretário de Educação, no entanto, ressaltou que esta é apenas uma ideia e não está em discussão.
  • O tema será discutido, futuramente, com as secretarias municipais de educação.

*não há qualquer previsão para retorno das aulas


Retorno às aulas

O secretário explicou ainda que a Sedu está observando exemplos de outros países para organizar a volta às aulas. Apesar dos modelos aplicados fora do Brasil, o secretário ressalta que - por aspectos diversos - nenhum modelo será "copiado". A realidade dos países foi um dos fatores apontados.

“Muito difícil dizer quando a gente vai voltar. Já ouvi algumas pessoas dizendo que em junho, julho, outras em agosto e o máximo que eu já ouvi foi setembro. Seja como for, é muito tempo. Na volta, a gente precisa fazer uma avaliação diagnóstica para ver o quanto cada um perdeu em aprendizagem. Mapear sala por sala, série por série e a partir deste diagnóstico traçar ações de reforço para correr atrás do prejuízo. A gente tem olhado algumas experiências internacionais, olhando o que outros países estão fazendo para ver o que dar para a gente pegar como inspiração, mas a realidade é muito diferente”, ponderou.

Perguntado sobre a definição de critérios para aprovação e reprovação dos alunos, de Angelo respondeu: “A gente precisa tomar esse tipo de definição, sobre como vamos fechar o ano para então decidir qual o critério para dizer se um aluno esta aprovado ou reprovado. Alguns países aboliram a reprovação, alguns outros, colocaram percentuais máximos de reprovação. Não tem nada ainda definido”, disse o secretário.

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