Em grave dificuldade financeira, Ufes pode paralisar atividades antes do fim do ano

| 13/05/2021, 10:39 10:39 h | Atualizado em 13/05/2021, 10:56

Com "graves dificuldades financeiras", situação descrita pela própria entidade, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) pode ter que paralisar atividades acadêmicas e administrativas antes mesmo do fim do ano. A universidade, assim como outras 68 entidades do Brasil, enfrenta cortes e bloqueios de verbas, além do contingenciamento de mais da metade de todo o orçamento.

As informações foram divulgadas pela própria universidade. O corte no orçamento de 2021, em relação ao ano anterior, chega a 18,2% para custeio, 22,8% nos recursos de capital e 18,3% na assistência estudantil. Os recursos são repassados pelo Ministério da Educação, sob gestão do ministro Milton Ribeiro.

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Os cortes atingem o orçamento discricionário, aquela parcela sobre a qual a Universidade tem autonomia para gerir gastos com custeio (funcionamento, fomento da universidade, assistência estudantil, entre outros) e com capital (investimentos em infraestrutura e equipamentos).

“O quadro atual é de muita preocupação, porque, se persistir a atual situação, as universidades não conseguirão pagar suas contas até o final do ano, comprometendo a formação dos seus estudantes e as atividades de pesquisa e extensão em desenvolvimento. Essa situação é bastante grave se considerarmos que todas as instituições de ensino superior precisam fazer aportes financeiros diferenciados para viabilizar as condições necessárias para a retomada gradual das atividades presenciais, suspensas pela pandemia de covid-19, tão logo seja seguro”, afirmou reitor da Ufes, Paulo Vargas.

Segundo Paulo Vargas, a prioridade da Administração Central da Ufes é preservar as bolsas e auxílios aos estudantes, para que a sequência dos estudos e projetos não sejam prejudicados. Outra prioridade será a preservação dos postos de trabalho nos serviços terceirizados.

Para preservar os recursos atuais e manter as contas em dia, a Ufes declarou que vai reduzir a intensidade durante a pandemia e adotar as atividades em modo híbrido (presencial mais virtual).

Outros cortes

Uma parcela significativa dos estudantes de graduação da Ufes é de baixa renda familiar, e necessitam de suporte para a continuidade dos estudos (dentre os cerca de 26 mil estudantes, 11 mil ingressaram pela reserva de vagas e 4.779 estão incluídos no Programa de Assistência Estudantil - Proaes).

“Os cortes no orçamento 2021 podem afetar diretamente o ingresso de novos estudantes no Proaes, com grande impacto para a permanência desse contingente que está matriculado em diferentes cursos de graduação da Ufes”, avalia o pró-reitor de Assuntos Estudantis e Cidadania, Gustavo Forde.

Outro impacto considerável poderá ocorrer nos programas direcionados à assistência estudantil, com o orçamento reduzido em 18,3% em relação a 2020. “A redução do orçamento nessa ação foi de R$ 20,5 milhões para R$ 16,5 milhões. Se não bastasse esse corte dramático, deste total, 52% ainda dependem de liberação pelo Congresso Nacional”, destaca Rogério Faleiros, pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional.

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