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Economia

Superintendente do Sebrae: “Quem foi empreender não volta para o emprego”

A afirmação de Pedro Rigo é com base no volume de novos negócios abertos no Estado


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Imagem ilustrativa da imagem Superintendente do Sebrae: “Quem foi empreender não volta para o emprego”
Pedro Rigo disse que o Sebrae precisou se transformar de forma rápida, do mundo presencial para o virtual |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

A crise provocada pela pandemia de covid-19 fez com que muitas pessoas perdessem totalmente a renda ou, pelo menos, parte dela. Para manter as contas em dia, essas pessoas tiveram de se reinventar e arriscar.

Uma das saídas foi abrir o próprio negócio. Para falar deste cenário, a reportagem de A Tribuna conversou com o superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado (Sebrae-ES), Pedro Rigo.

Outros assuntos foram abordados, como o futuro das pequenas empresas e a digitalização dos negócios, que foi acelerada com a chegada da pandemia.

A Tribuna – Quais medidas foram tomadas pelo Sebrae para lidar com as incertezas trazidas pela pandemia?

Pedro Rigo – Nós tomamos medidas internas de redução de custos e uma mudança muito importante que o Sebrae fez foi na área de transformação digital. 

Tivemos que nos transformar de forma rápida, do mundo presencial para o virtual. Tivemos que pegar as nossas soluções e colocar para os empreendedores de forma digital. Fomos de encontro ao que, de fato, precisavam os empreendedores.

Nas nossas soluções, 80% eram presencial e 20% eram digital. Hoje isso se inverteu: somos 80% digital e 20% presencial. Temos oficinas, cursos, consultorias, palestras, muito conteúdo EAD.

Além disso, nestes dois anos, atendemos quase todos os pedidos de forma totalmente gratuita, sem a contrapartida de 30% que geralmente é cobrada.

Essa transformação veio para ficar?

Sim, veio para ficar. Ela traz para o Sebrae uma nova perspectiva, que é atender mais com menos. Nós vamos conseguir atender mais com os mesmos recursos. Esse é o grande legado que foi deixado por esta inversão.

Quanto tempo a pandemia de covid-19 acelerou essa digitalização no Sebrae?

Conseguimos adiantar cinco anos em um. O mundo já caminhava para isso, mas a pandemia acelerou bem esta situação. Talvez uns cinco anos do que se fosse feito por uma forma não estimulada pela pandemia.

E esse processo facilita para o empreendedor?

Na maioria dos casos, facilita sim. Mas sabemos que há atendimentos que, pelo mundo virtual, não ficam na mesma qualidade.

Porém, na maioria dos casos é um facilitador de tempo, pois, hoje em dia, tempo vale ouro. Para o empresário que está na correria do dia a dia, tempo é um elemento fundamental para o sucesso.

As plataformas digitais são fundamentais para os negócios hoje em dia?

Para alguns setores, é fundamental. Para outros, é importante. Existem algumas atividades em que estar numa plataforma de  e-commerce de vendas é fundamental. Isso inclui as redes sociais também. Nós passamos por um período em que praticamente não existia comércio aberto. Isso virou um problema e as redes foram importantes, incluindo o WhatsApp. Muitos negócios sobreviveram graças a essas ferramentas.

E como foi a evolução do microempreendedor individual (MEI) durante este período?

Nós vimos um movimento extraordinário do surgimento de MEIs. Foi recorde! Isso significa que o MEI deu uma resposta importante para o Brasil. 

As pessoas perderam o emprego e tiveram dificuldades de ocupação. Então, elas tiveram que se reinventar e abriram seus negócios. O número de MEIs deixa claro que quem foi empreender não volta mais para o seu emprego. 

A mão de obra dispensada entendeu que é bom constituir um MEI e não volta. O MEI teve um papel fundamental durante essa pandemia.

Somente este ano foram abertos mais de 53 mil pequenos negócios no Estado até o mês de setembro. Considerando a recessão, é um número alto. O que faz com que as pessoas busquem oportunidades em meio à crise?

Esse movimento diz muita coisa para o País e para o empreendedorismo. É fundamental para o desenvolvimento do País. A pessoa perdeu o emprego, precisou sobreviver e o caminho encontrado foi este: empreender por conta própria.

Quais foram os segmentos que mais se destacaram?

Tivemos alguns setores que mais se destacaram na pandemia, como pet shop, farmacêutico e delivery de alimentos. E alguns foram sacrificados, como bares, restaurantes, hotéis e eventos.

Tivemos também uma alta de materiais de consumo para dentro de casa. O delivery de alimentação, por exemplo, se destacou muito porque, com as dificuldades de os restaurantes permanecerem abertos, as pessoas passaram a pedir comida da própria casa. As pessoas entenderam que a oferta estava confiável. E isso acaba refletindo no pequeno empreendedor, que saiu do emprego e foi empreender para conseguir sua renda.

Quem nunca pensou em empreender na vida, pode conseguir seguir este caminho? O que é preciso?

A pessoa que não tem a experiência em gestão de negócio, mas tem a habilidade técnica de produzir algo ou de prestar algum serviço, deve procurar uma orientação básica. Nós temos instrumentos de ajuda e a pessoa precisa se capacitar para isso.

É ruim ir para o mercado despreparado. A chance de dar errado aumenta muito. O conhecimento é uma condição importante para qualquer coisa desta vida. 

E depois que ela se insere no mercado, o que é necessário para que seu negócio dure?

Precisa ter persistência e estar atento ao mercado. A pessoa precisa entender, inclusive, de gestão financeira, pois corre o risco de não ter muito controle do dinheiro e acabar se complicando. Isso tem um papel importante.

O que você pode nos falar sobre o futuro dos pequenos negócios no Estado?

Primeiro de tudo, a pandemia deu um recado claro: o empreendedorismo é uma alternativa que precisa ser considerada por todos que fazem políticas públicas. É um setor que vai continuar crescendo.

Precisamos, por exemplo, ter ofertas de crédito para estes negócios, para que a grande massa de empreendedores que está surgindo seja atendida.

Nestes últimos dois anos, tivemos um momento de crescimento robusto. Acredito que em 2022 e 2023 também haverá um crescimento fora do padrão. Depois, a partir de 2024, a tendência é que tudo se estabilize e que siga o seu caminho natural.

E do Sebrae-ES, o que podemos esperar para o futuro? Novos cursos serão oferecidos?

O Sebrae está e estará sempre olhando para o mercado e atento a isso. Nós queremos inserir no nosso portfólio sempre novidades que devem ir de encontro às necessidades dos empreendedores. 

Este é o nosso desafio: estar à frente das necessidades do mercado, dos nossos clientes, dos empreendedores. O Sebrae de hoje estará cada vez mais  perto dos empreendedores e tudo o que iremos fazer está conectado ao nosso planejamento, que tem o cliente no foco das nossas decisões e dos nossos investimentos.


QUEM É - PEDRO RIGO


  • Administrador e empresário de microempresa.
  • Foi secretário de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Cariacica e também foi diretor da Companhia de Desenvolvimento desse município.
  • Foi diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes).
  • Presidente do Fórum Capixaba das Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e Microempreendedores Individuais (Focampe).
  • Atualmente é superintendente do Sebrae Espírito Santo.

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