Lojas, bares e hotéis vão aceitar moedas virtuais
Aplicativo vai permitir pagamento com bitcoin e ethereum, por exemplo, em 1,5 milhão de estabelecimentos comerciais no País
Cerca de 1,5 milhão de lojas, hotéis, bares, ambulantes e outros tipos de comércios em todo o País poderão fazer transações utilizando criptomoedas.
O PicPay entrou no universo dos ativos digitais e está permitindo que seus clientes comprem, vendam e armazenem criptomoedas, que são as moedas digitais como bitcoin e ethereum, por exemplo.
A fintech de origem capixaba diz que até o fim do ano seus parceiros comerciais e toda a sua base de clientes poderão fazer transações, pagamentos e transferências usando as criptomoedas para isso.
Além de possibilitar a compra e venda de bitcoin e ethereum, a empresa vai negociar a USDP, uma stablecoin lastreada em dólar e que é emitida pela startup Paxos.
A diferença entre as moedas digitais, como bitcoin, e as stablecoins é que essas são criptomoedas que possuem valor estável e buscam manter uma estabilidade de valor parecida com a de reservas de dinheiro, como o dólar americano, por exemplo.
Já a bitcoin e a ethereum têm seu valor baseado na escassez do ativo e no volume de procura e negociações.
O próprio PicPay planeja criar a sua stablecoin ainda este ano. A moeda digital será lastreada em real, na proporção de valor de um para um, e permitirá que o PicPay seja utilizado como forma de pagamento no mundo todo, em qualquer lugar que aceite carteiras de moedas digitais.
“O PicPay é um dos players mais disruptivos em meios de pagamentos do Brasil e nosso objetivo é liderar a popularização do mercado de cripto, eliminando a complexidade que ainda é associada a ele e ampliando a informação sobre o tema”, destaca Bruno Gregory, executivo de negócios de Cripto e Web3 do PicPay.
As negociações das criptos serão disponibilizadas aos poucos para os 30 milhões de usuários ativos da fintech. As negociações podem ser feitas a partir de R$ 1 diretamente no aplicativo da empresa.
A carteira é operada em parceria com a Paxos, empresa americana de infraestrutura de blockchain que atuará como corretora e provedora de custódia. Ela também opera as transações de criptos da Nubank e do Mercado Livre.
O PicPay disse que a dinâmica de como as transações com as moedas digitais irão ocorrer no dia a dia, entre os comércios e os clientes, ainda está em desenvolvimento, mas garante que a possibilidade de uso das criptomoedas para todos os clientes vai estar disponível até o fim do ano.
Comércio enxerga com bons olhos
A possibilidade do acesso de clientes aos meios digitais de pagamento e novos produtos financeiros é bem recebida pelo mercado, de acordo com o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio), José Carlos Bergamin.
Ele declara que estimula o comércio a aderir ao modelo, e que considera que isso possibilitará o crescimento dos negócios à medida que o formato pode agilizar de maneira segura as transações, ampliando os meios de pagamento, além de trazer economia de tempo, facilidade e aproximando clientes e negócios.
“É nítido que passamos a conviver cada vez mais com múltiplas formas de pagamento e o comércio precisa operar com todas, visando atender as preferência do consumidor”, comenta Bergamin.
Mas ele alerta que o comércio ainda acha cedo avaliar o impacto do uso de criptomoedas no dia a dia para pagamentos e transações, principalmente quando existem outras opções já consolidadas que são oferecidas hoje, como o Pix.
Especialista alerta para riscos com ativos digitais
Apesar da empolgação com a possibilidade da compra mais simplificada das criptomoedas, é preciso entender que os ativos digitais sofrem com a flutuação do mercado, o que faz com que seu valor mude diariamente.
Especialista em criptomoedas, Marcos Varela alerta que as pessoas devem entender que, para começar a investir em moedas digitais, jamais deve-se tirar o dinheiro de contas, como o aluguel, por exemplo, para fazer o investimento, principalmente os considerados arriscados.
“Invista, sim, em criptos, mas com o dinheiro que te sobra”, aconselha Varela.
Entenda
O que são criptomoedas
- A moeda digital ou criptomoeda é um tipo de dinheiro, assim como real ou dólar, com a diferença de ser totalmente digital.
- Além disso, ela não é emitida por nenhum governo, como no caso de real, dólar, euro, entre outras.
Diferença das stablecoins
- Essas são as criptomoedas que possuem lastro em outros ativos, como moedas fiduciárias, commodities e até mesmo outras criptomoedas.
- Para cada stablecoin gerada, o emissor deve contar com uma reserva equivalente em caixa.
Para que servem
- As criptomoedas podem ser usadas com a mesma finalidade do dinheiro físico em si.
- Pode servir como meio de troca, facilitando transações comerciais.
- Reserva de valor, para a preservação do poder de compra no futuro.
- Unidade de conta, quando produtos são precificados e o cálculo econômico é realizado em função dela.
Variação de valor das criptos
- O preço das moedas digitais varia segundo a lei da oferta e da procura.
- Na época em que as criptomoedas ganham mais atenção, é normal que elas sejam mais procuradas pelos investidores, o que amplia o volume de compras e, consequentemente, os preços tendem a subir.
Fonte: Infomoney, Forbes e pesquisa AT.
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