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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

É preciso mais ética e menos corrupção durante a pandemia

| 16/05/2020, 09:40 09:40 h | Atualizado em 16/05/2020, 09:43

Na semana em que o Brasil ultrapassa, com folga, a primeira dezena de milhares de mortos em razão da Covid-19, inúmeras matérias jornalísticas chamam nossa atenção para outro problema gravíssimo, a corrupção endêmica em nosso País.

Infelizmente, gestores, políticos e empresários desonestos tem se aproveitados deste momento que é, sem dúvida alguma, um dos mais dramáticos de nossa história para saquear, sem qualquer pudor, os cofres públicos.

Imagem ilustrativa da imagem É preciso mais ética e menos corrupção durante a pandemia
|  Foto: Divulgação

Em São Paulo, o Ministério Público investiga uma compra de 3000 respiradores, ao custo total de 100 milhões de dólares. Em Santa Catarina há uma CPI para apurar se houve desvios na compra dos mesmos equipamentos. Um dos casos investigados aponta suspeita na compra de 200 deles, por R$ 33 milhões.

No Rio de Janeiro, o ex-subsecretário da saúde e outras três pessoas foram presas por suspeita de também terem fraudado uma compra emergencial de respiradores. Lá, o Governo pagou R$ 9,9 milhões por 50 máquinas.

Na Paraíba, a Polícia Federal deflagrou a Operação Alquimia, para investigar o desvio de verbas que deveriam ser utilizadas no combate à pandemia. Lá, livros educativos sobre o coronavírus foram adquiridos com preço 330% maior que o praticado no mercado. Para piorar a situação, cartilhas semelhantes são oferecidas gratuitamente pelo Ministério da Saúde.

No Amapá, a PF deflagrou a Operação Virus Infectio para investigar a compra de máscaras com preço 814% maior que a média do mercado, o que pode gerar um prejuízo de cerca de R$ 640 mil à sociedade (dinheiro que poderia ser investido para tratar os doentes do estado).

Em Minas Gerais, uma força tarefa investiga 30 contratos firmados sem licitação por prefeituras. Lá, R$ 500 milhões foram enviados pela União, para que os municípios possam combater a pandemia. As suspeitas apontam a possibilidade de superfaturamento e outras irregularidades.

Verdade que os exemplos apresentados precisam ser vistos sob dois prismas. Em primeiro lugar, é inegável que, infelizmente, a corrupção ainda é marcante na nossa administração pública. Gestores e empresários desonestos, ao longo dos anos, têm saqueado os cofres públicos (a Lava Jato, que já completou seu sexto aniversário, é exemplo disso).

Segundo que, felizmente, os órgãos de controle têm feito o dever de casa, descobrindo as falcatruas e, muitas vezes, punindo com cadeia os malfeitores. Uma pergunta, no entanto, paira no ar: Até quando viveremos esse jogo de gato e rato, onde marginais de colarinho branco saqueiam os recursos públicos e os órgãos de controle precisam, reiteradamente, reprimir esse tipo de crime?

Precisamos, urgentemente, de uma mudança cultural. Não podemos mais conviver com o jeitinho, com a ganância sem limites, com o velho hábito de levar vantagem em tudo. Ou absorvemos e difundimos a cultura da ética e da integridade, ou pouca coisa vai sobrar do Brasil para as próximas gerações.

Eugênio Ricas é adido da Polícia Federal nos EUA e mestre em Gestão Pública
 

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