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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

É necessário ter mais negros na política brasileira

| 24/09/2020, 10:10 10:10 h | Atualizado em 24/09/2020, 10:18

No Brasil, a maioria minorizada formada por pretos, conforme o IBGE, ainda que constitua a maioria demográfica da população brasileira, se transforma em minoria em termos de acesso a direitos e serviços públicos, também é espoliada na luta por representatividade política no parlamento.

Pretos e pretas representam apenas 24% dos deputados federais escolhidos pelo voto popular nas eleições de 2018. Dados da FGV  mostram que homens brancos representaram 43,1% da soma geral dos candidatos a deputado federal nas eleições de 2018, e concentraram 60% das receitas de campanha. A mesma pesquisa aponta que homens pretos e mulheres pretas continuam sub financiados, as mulheres pretas somaram 12,9% das candidaturas e ficaram com somente 6,7% do volume total de recursos.

No que depender das pré-candidaturas a prefeito este ano, os negros continuarão a ser minoria na política do Espirito Santo e do Brasil, assim como foram nas últimas eleições municipais.

Nas eleições de 2016, pretos e pardos representaram 26% dos que se lançaram na disputa nas cidades capixabas, e apenas 14% dos eleitos.

Nas eleições deste ano, não há indícios de que essa situação vai mudar, apesar dos pretos representarem 62% da população capixaba, essa proporção, contudo não se reflete nas urnas. Em 2016 o total de candidatos as prefeituras no Espírito Santo era de 260. Desses, 191 eram brancos, 68 pretos e apenas 1 amarelo. Do total dos 78 prefeitos eleitos, somente 11 eram pretos, confirmando a histórica minoria racial eleita.

Com as novas datas previstas para as eleições municipais em 2020 (primeiro turno em 15 de novembro e segundo turno em 29 de novembro apenas para cidades com mais de 200 mil habitantes), e com a pandemia de Covid-19, cabe-nos perguntar como serão as eleições municipais no Brasil.

As mulheres pretas ainda são grande minoria nos espaços políticos brasileiros de disputa e decisão, por mais votos que as candidaturas pretas recebam nas eleições deste ano. Se faz necessário dar mais visibilidade às candidaturas pretas e suas agendas, como forma de fortalecimento da democracia representativa do País, como também provocar reflexão sobre os séculos de perpetuação de uma elite branca no poder, e como isso influenciou sobremaneira nas mazelas sociais, e na desigualdade que o povo preto enfrenta até hoje. É chegada a hora de “enegrecer” a política brasileira.

Diante da desigualdade racial nos poderes, é importante que o sistema político-eleitoral brasileiro crie mecanismos para evitar o tratamento arbitrário em relação a candidaturas de pretos e pretas.

Devemos aprimorar os mecanismos de inclusão política dos setores historicamente carentes de representação. Refiro-me a participação do meu povo preto, das mulheres, dos indígenas, da comunidade LGBT, entre outros segmentos vulneráveis.

Manoel Goes Neto é escritor e presidente licenciado do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha e diretor do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES).

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