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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Duas pandemias: Covid-19 e obesidade

| 24/05/2020, 10:49 10:49 h | Atualizado em 24/05/2020, 10:59

Desde que a OMS classificou a Covid-19 como uma pandemia, a população vivencia mudanças na vida e na comunicação sobre saúde. Medidas de isolamento social para conter o avanço da doença foram necessárias.

Dados epidemiológicos, como prevenir a infecção pelo novo coronavírus, quais os principais sintomas, quando procurar assistência de saúde estão em jornais, mídias sociais, sites e coletivas de imprensa de gestores do governo.

As informações visam reduzir o risco de infecção por mudanças de hábitos, como lavagem das mãos, uso de álcool em gel, redução da aglomeração de pessoas e desinfecção de superfícies.

E informam os grupos de risco para o desenvolvimento da forma grave da doença, que são idosos, portadores de doenças cardíacas, hipertensos, dependentes de oxigênio, portadores de asma e DPOC, imunodeprimidos, doentes renais, diabéticos e gestantes.

Mais recentemente, a obesidade aparece como principal fator de risco em indivíduos com menos de 60 anos.

Emerge, nesse cenário, uma reflexão sobre outra pandemia, a da obesidade, que, em alguns aspectos, se assemelha à atual pandemia: por matar milhares de pessoas, ser evitável por mudanças de hábitos de vida e ter como maior arma para seu combate a educação em saúde.

No Brasil, estima-se que 30% da população esteja acima do peso. A OMS aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e 700 milhões de obesos no mundo.

Algumas doenças associadas à obesidade, como infarto, AVC, doenças renais crônicas e diabetes matam, por ano, mais de 400 mil pessoas no Brasil. No entanto, não vemos políticas eficientes para redução dessas mortes e agravos. Principalmente, porque a obesidade ainda é vista, por muitos, como um problema comportamental e não como uma doença.

A obesidade é uma doença e pode ser tratada por mudanças alimentares e de exercício físico. Alimentar-se de comida de verdade e reduzir o consumo de açúcares reduz o risco de adoecimento relacionado à obesidade.

A rotulação de alimentos do Brasil, por exemplo, é ineficaz para chamar a atenção da população sobre a composição dos alimentos e seu risco à saúde. Mesmo alimentos ultraprocessados podem fazer alusão a hábitos saudáveis e ter em suas embalagens personagens de desenhos infantis.

Então, devemos cobrar empenho de nossos gestores para prevenção de mortes relacionadas à obesidade e seus agravos. Se podemos aprender a lavar as mãos e novas regras de convívio social, também podemos aprender a nos alimentar melhor e nos exercitar. E não depende somente de cada um, as políticas públicas são primordiais para esse processo.

LORENA BARROS FURIERI é enfermeira, doutora em Ciências Fisiológicas, e professora da Ufes.

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