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Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

“Doentes profissionais”

| 22/12/2020, 06:50 06:50 h | Atualizado em 22/12/2020, 06:52

De maneira geral, poucas pessoas apreciam a necessidade de serem submetidas a uma avaliação médica. Porém, existem aquelas que fazem questão de frequentar consultórios, mesmo estando perfeitamente saudáveis.

Ao usar a mentira como sintoma, muitos pacientes acabam por acreditar naquilo que ele relata para o médico e repete frequentemente para si mesmo.

Conhecido como distúrbio factício, ou síndrome de Münchhausen, esse engodo é caracterizado pela produção de sinais e sintomas, de forma intencional, para que receba tratamento médico.

Viciados em repetidas avaliações clínicas, exames e cirurgias, esses indivíduos são conhecidos como “doentes profissionais”.

Eles relatam histórico de saúde de modo dramático, porém vagos e inconsistentes, quando questionados sobre mais detalhes, além de frequentemente apresentar narrativa de mentiras patológicas sobre qualquer aspecto sintomático. Pacientes com transtorno factício podem ter grande conhecimento de terminologia médica, rotinas e protocolos hospitalares.

Pessoas com essa disfunção podem ser submetidas a múltiplos procedimentos, incluindo cirurgias frequentes, sem atingir diagnósticos adequados ou terapias de sucesso.

Quando confrontados com a evidência de que seus sintomas são fraudulentos, esses pacientes normalmente negam ou deixam o hospital, sem alta médica, procurando outros serviços de saúde.

Nos distúrbios factícios com sinais e sintomas predominantemente psicológicos, eles oferecem respostas erradas quando submetidos a perguntas simples.

Múltiplas hospitalizações dessas pessoas levam a atitudes iatrogênicas, devido a cirurgias desnecessárias ou reações medicamentosas adversas.

Pacientes com distúrbio factício têm dificuldade de manter-se no trabalho, criar laços afetivos e assegurar relacionamentos interpessoais estáveis.

Discussões excessivas com profissionais de saúde responsáveis pelo cuidado, compreensão incomum da terminologia médica e rotinas hospitalares, uso velado de substâncias, evidência de tratamentos múltiplos, flutuação clínica, e desenvolvimento rápido de falsas complicações ou novas simulações de doenças em que a investigação inicial foi negativa apontam para o diagnóstico de síndrome de Münchhausen.

O tratamento do transtorno factício imposto a si mesmo é habitualmente desafiador e não existem terapias claramente eficazes.

Alguns pacientes costumam apresentar alívio inicial quando suas exigências são atendidas, mas seus sintomas normalmente se intensificam, ultrapassando o que os médicos estão dispostos ou capacitados a fazer.

Confrontação ou recusa em atender às demandas de tratamento muitas vezes resulta em reações de hostilidade e os pacientes geralmente mudam para outro médico ou hospital. Essa peregrinação é sobejamente conhecida pelos médicos.

Nascer, viver e morrer, esses três atos constantes da encenação vital. Seria inteligente nenhum deles mentir para o outro antes da hora e do momento predestinado.

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