Doentes crônicos vão ser transferidos para clínicas

Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, vai focar atendimento em Covid-19 |  Foto: Dayana Souza - 03/04/2020

Na tentativa de abrir mais leitos para tratar pacientes com Covid-19, o governo do Estado vai transferir pacientes crônicos do Hospital Estadual de Vila Velha (antigo Hospital dos Ferroviários) para clínicas particulares.

Segundo o secretário de Estado de Governo, Tyago Hoffmann, será feito um chamamento público, que será disparado até quinta-feira. Na semana que vem, começa o credenciamento dessas clínicas.

Hoffmann não soube precisar quantos pacientes serão transferidos, abrindo leitos para pacientes contaminados pelo novo coronavírus, mas disse que essa tática vai possibilitar um aumento do volume de leitos – ajudando a evitar um colapso.

“Os pacientes transferidos vão para clínicas relativamente simples, mas com leitos de enfermaria. São pacientes com algum tipo de doença crônica (diabetes, asma, câncer, mal de parkinson, alzheimer, acidente vascular cerebral, AIDS, etc). Eles não precisam de respiradores, por exemplo, mas carecem de um cuidado com medicação em horário certo, com dosagem específica, banho”, explicou.

Esse tipo de contratação de clínicas particulares para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) é corriqueiro no trâmite público, de acordo com o secretário.

“Na Grande Vitória, o hospital Jayme dos Santos Neves é a maior referência no tratamento de pacientes contaminados. Depois, vem o Dório Silva. O Hospital dos Ferroviários ficava de reserva, mas agora ele precisa entrar em campo”, metaforizou.

PARTICULARES
Outra ação para liberação de leitos foi a contratação de 180 de dois hospitais particulares para desafogar o Jayme Santos Neves e o Dório Silva.

À reportagem, o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, já revelou que a contratação dos hospitais particulares seria concluída nesta semana. Ele não informou quais são as unidades em questão. Mas explicou o planejamento: dos 180 leitos, serão 70 para atendimento de clínica médica e outros 110 para uso na ortopedia.

“Com isso, o Dório Silva, especialmente nos casos de clínica médica, e o Jayme, vão ficar mais desafogados para focar o uso de seus leitos no atendimento da Covid-19”, disse.

As duas unidades são as que mais absorvem pacientes contaminados na Grande Vitória – considerada como área de risco alto.