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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Diferença entre mundo virtual e real quando falamos de estética

| 16/03/2020, 07:02 07:02 h | Atualizado em 16/03/2020, 07:08

O Brasil é um dos países líderes quando falamos em procedimentos estéticos e cirurgia plástica. Na era da internet, então, em que tudo é muito instantâneo e que a todo o momento são disseminadas fotos e vídeos, fica fácil perceber mudanças no corpo e rosto daqueles que seguimos. Porém, nem tudo que está no mundo on-line é real.

É de extrema importância ficar ciente de que existem diversos recursos para esconder o que não se deseja, aumentar o que é belo e distorcer a realidade.

Para quem recebe essas imagens, o que fica é a sensação do que seja ideal para um corpo perfeito. E o que não se encaixa ali é visto como imperfeito, que, em muitos casos, pertence a quem está vendo aquela imagem.

Em posse dessas imagens os consultórios de cirurgia plástica ficam lotados de pessoas que veem no outro o ideal de corpo para elas mesmas. Mas como mudar o corpo, se a mente está focada num outro ideal? Não há problema algum passar por um procedimento estético, tão pouco não querer falar sobre o assunto, porém fica perigoso criar expectativas em vista do corpo do outro.

A maior parte das pessoas procura um cirurgião plástico por conta de pequenos problemas com sua imagem, com o objetivo de elevar a autoestima. Porém, esse argumento, por vezes, pode estar mascarando inconscientemente o desejo de se adequar a uma imagem padrão imposta a nós pela sociedade, que novamente é muito maximizada via redes sociais.

Essa questão é muito delicada, então como médico é preciso averiguar quais foram às motivações e expectativas que trouxeram determinada pessoa até o consultório, antes de recomendar a cirurgia plástica como solução.

Procedimentos estéticos invasivos não são recomendados quando a insatisfação se resume a um detalhe. Para evitar realizar procedimento em pessoas que esperam “o impossível” é importante fazer as perguntas certas e estabelecer uma relação médico-paciente sólida. É com uma conversa que fica mais fácil identificar a motivação para um pedido, analisar se é um desejo pessoal ou uma forma de agradar outra pessoa.

De que adianta transformar um corpo após uma cirurgia, sendo que a própria aceitação não existe? É importante ver-se primeiro, amar-se primeiro e após isso, se existir algo que ainda valha a pena mudar, seja por pura estética ou não, que seja feito. Um “defeito” do corpo não pode ser visto como aberração, com anormalidade.

Uma cirurgia plástica pode proporcionar a descoberta da força que a confiança em si mesmo possui e do efeito disso e de nossas relações, mas não importa o resultado pós-operatório se o paciente não se aceitar.

No fim das contas, é importante que a pessoa entenda que a transformação física, geralmente, é a mais sutil das mudanças que uma cirurgia plástica possibilita, bem como o corpo é uma das ferramentas que usamos para nos relacionar com o mundo, mas ele não representa totalmente quem somos. Por esse motivo, uma cirurgia plástica deve ser feita de forma consciente.

Filipe Canal é cirurgião plástico

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