Auxiliares de Jair Bolsonaro foram informados por volta das 6h de ontem de que partidários de Juan Guaidó haviam invadido a Embaixada da Venezuela.
Ao Planalto, a notícia chegou por María Teresa Belandria, que representa o autoproclamado presidente venezuelano e principal opositor de Nicolás Maduro.
Os partidários do ditador também acionaram seus contatos logo no início da manhã. Parlamentares do PT e do PDT foram alertados ainda ao amanhecer.
Blindagem
A oposição acusou o Planalto de ter facilitado o conflito na Embaixada da Venezuela, e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) reagiu dizendo que Bolsonaro, pessoalmente, não foi avisado de nenhuma ação.
Blindagem II
A nota, porém, nada diz sobre o Planalto ou o governo – na melhor das hipóteses, os assessores decidiram não comunicar o chefe do incidente diplomático.
Dia e hora
Bolsonaro começou a colecionar provas que afastassem seu nome das investigações do assassinato de Mariele Franco em 14 de outubro, 15 dias antes de o Jornal Nacional exibir a primeira reportagem sobre o assunto. Nesta data, seus auxiliares solicitaram à Câmara os comprovantes de presença na sessão do dia da morte da vereadora.
Dia e hora II
O Planalto tem em mãos certificados de que Bolsonaro fez dois registros biométricos em 14 de março, dia em que Marielle foi assassinada. O último ocorreu por volta de 21h – a vereadora foi morta, no Rio, por volta de 21h30. No dia seguinte, Bolsonaro marcou presença no plenário de manhã, entre 7h e 8h.
Álibi
O Presidente disse publicamente ter sido avisado pelo governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), em 9 de outubro, que seu nome havia sido citado na investigação. A partir daí, ele não só alertou aliados sobre o que viria, como também mobilizou assessores para rebater as acusações.
Ampulheta
Líderes de centro e centro-direita receberam promessa de que o governo vai quitar um quarto das emendas devidas desde as negociações da reforma da Previdência até terça. Esse grupo ameaça obstruir votações até que tudo seja pago.
Só acredito vendo
O dinheiro para as emendas virá de projeto que abre um crédito extra de R$ 13 bilhões. A proposta foi protocolada no Congresso Nacional na tarde da última terça-feira.
Trava
O Ministério da Economia rejeitou as contas do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Segundo a pasta, o serviço de aprendizagem profissional vinculado à Confederação Nacional do Comércio (CNC) estourou os gastos administrativos em 2019 – bateram 31% do orçamento e o limite legal é 25%. O Serviço Social do Comércio (Sesc) vai na mesma toada.
Com lupa
O ministério monitora as contas do Sistema S desde março e havia avisado a CNC de problemas no Senac. Procurado, o Senac informou que está adotando medidas para esclarecer que os limites orçamentários foram observados.
Olha a faca
O secretário especial de Produtividade, Carlos da Costa, informou que o governo está definindo uma estratégia de apresentação da proposta que corta entre 20% e 50% de toda verba que irriga o chamado Sistema S. A CNC é forte candidata a sofrer a maior tesourada.
Desafinado
O debate sobre a convocação de uma constituinte, sugerido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), é fora de propósito, diz Carlos Ayres Britto, ministro aposentado do STF.
Desafinado II
Para Britto, não há colapso que imponha revisão da Carta – nem ambiente para isso. “(Político) é eleito para cumprir a Constituição, não para dar-lhe as costas. Estamos mal das pernas porque temos andado contra a Carta”.
Tiroteio
“Guaidó que aterrisse seu avião em outro país. O Brasil não é arma de fora da lei. É um País de legalidade, paz e harmonia”. Do senador Temário Mota (Pros-RR), sobre a tentativa de aliados do opositor de Maduro de invadir a Embaixada da Venezuela em Brasília
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