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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Descarte de lixo hospitalar na pandemia: mais uma ameaça

| 14/09/2021, 11:19 11:19 h | Atualizado em 14/09/2021, 11:21

A pandemia da covid-19, que já está em seu segundo ano, trouxe novos hábitos para o nosso cotidiano, como uso de máscaras e luvas para prevenir o temido contágio nos mais diversos lugares que se possa frequentar. Objetos que, até então, eram mais comuns em hospitais, postos de saúde e clínicas, tornaram-se recorrentes em residências, locais públicos e estabelecimentos dos mais diferentes segmentos.

E tudo isso causou um aumento expressivo no descarte desses materiais. Segundo um estudo publicado no periódico científico Heliyon, o uso generalizado de equipamentos de proteção individual (EPIs) colocou em circulação bilhões de descartáveis.
Só até o final de 2020, a quantidade de resíduos plásticos gerada no planeta foi em torno de 1,6 milhão de toneladas por dia (calculando a partir do início da pandemia).

Dependendo do tipo de material utilizado na produção desses equipamentos, o tempo de decomposição pode chegar a 500 anos.

É incontestável a necessidade do uso desses materiais como uma das formas mais eficientes de se prevenir do contágio do coronavírus. A pandemia ainda é bastante preocupante e não é o momento de abrir mão dos cuidados.

Vale ressaltar, contudo, que o descarte inadequado desses materiais trará impactos nocivos, de curto e longo prazos, para o meio ambiente, incluindo seres humanos, animais terrestres e vida marinha. Associado à eliminação irregular e desordenada que já ocorre com outros resíduos, as consequências podem ser ainda mais devastadoras.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), houve aumento de 30% no descarte de resíduos hospitalares só no ano passado. Entre os itens que mais foram jogados fora, estão máscaras, toucas, luvas, aventais, além de agulhas e seringas. Os dados foram coletados por meio de um acompanhamento com todas as empresas que realizam essa operação de coleta no País.

Nesse contexto, torna-se ainda mais fundamental a fiscalização no descarte dos resíduos provenientes de hospitais, pois esses objetos só podem ser destinados aos aterros sanitários após tratamento. No entanto, com a disparidade regional, no Brasil, ainda encontramos materiais sendo descartados sem nenhum cuidado.

Quando se fala em meio ambiente, é necessário que se visualize um cenário não distante de nossa realidade. É importante ter ciência de que os impactos podem, sim, afetar nossa saúde, qualidade de vida e o nosso dia a dia. E também dos que ficarão aqui depois de nós.

Que a pandemia e as outras adversidades que o mundo ainda haverá de enfrentar sirvam, ao menos, para despertar uma consciência mais cidadã e comprometida com a vida, pela qual temos lutado diariamente e mais intensamente nos últimos tempos.

André Rocha é engenheiro ambiental.

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