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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Desastre e solidariedade: a flor que brota da lama

| 04/02/2020, 07:41 07:41 h | Atualizado em 04/02/2020, 07:47

A solidariedade é das mais belas manifestações do espírito humano. A disposição em ajudar, defender, acolher outra pessoa, prestando assistência moral e material a quem dela necessita, independentemente da origem, da classe social, da cor da pele, da orientação sexual, da religião, é um atestado de benignidade que emana de corações que enxergam a humanidade como unidade.
Não é nada fácil, mas é sublime quando se consegue colocar em prática o mandamento “amem-se uns aos outros”.

Nos últimos dias, o Espírito Santo sofreu com temporais, enchentes, deslizamentos, alagamentos e muitas perdas materiais e, sobretudo, humanas. Seja pela ocupação irregular do solo, pelo desrespeito ao curso natural dos rios, pelo descarte irracional do lixo, pela atividade agroindustrial ambientalmente insustentável ou, até, pela força incontrolável da natureza, o fato é que o povo e as terras capixabas foram massacrados pelos desastres.

Estima-se em mais de 600 milhões de reais o custo da reconstrução das estradas, pontes e cidades devastadas, sem contar o prejuízo inestimável e irreparável das vidas que se perderam.

Serão necessários alguns anos para que a recuperação material seja plenamente concluída, considerando-se o cenário de devastação que se observa nas cidades do interior, com a destruição de vias, pontes, imóveis, além dos profundos prejuízos econômicos decorrentes da perda de estoques comerciais, matérias-primas industriais e suprimentos agrícolas.

O resultado das chuvas torrenciais sobre o solo capixaba se assemelha a um pós-guerra, inclusive, malogradamente, com vidas humanas ceifadas. No entanto, se é possível extrair algo de positivo desse contexto de tragédia, trata-se da postura do povo capixaba.

Nossa gente, tão logo despontaram as pesadas notícias dos desastres no Sul do Estado – e, depois, espalhados para outras regiões –, arregaçou as mangas, organizou mutirões de apoio, pisou na lama para ajudar na limpeza, arrecadou e distribuiu doações, abriu as portas da própria casa para acolher vizinhos, amigos e familiares desabrigados.

Enfim, fez valer a ideia de que a “união faz a força” para reerguer dos escombros o ânimo, a coragem e a esperança de milhares de pessoas atingidas pela catástrofe.

Os capixabas demonstram, neste momento de dificuldade e tristeza, muita força interior e senso de coletividade, reunindo esforços para emergências e aliviar a dor de quem chora pelos danos materiais e emocionais. A tarefa é imensa.

Porém, o apoio imediato de tantos voluntários transmite a mensagem aos atingidos pela tragédia de que não estão – e não ficarão – sozinhos no soerguimento de suas vidas.

Nem só de terrenos férteis nasce vida vigorosa. Da lama da calamidade brotou a flor da solidariedade. E o doce perfume que exala dessa flor há de inspirar o povo do Espírito Santo a se levantar das quedas e a continuar sua história “em busca de um futuro esperançoso”.

Carlos Fonseca é magistrado e escritor.

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