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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Depressão, um problema que não podemos ignorar

| 11/01/2020, 10:01 10:01 h | Atualizado em 11/01/2020, 10:04

Um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que a depressão entre idosos lidera o ranking de novos diagnósticos.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou, por meio de um estudo, que pessoas entre 60 e 64 anos representam a faixa etária com maior proporção da doença, representando cerca de 11% dos casos recentes de depressão no País.

Vários motivos explicam o crescente índice de depressão na terceira idade. O sentimento de solidão, agravado pelas relações sociais que se tornam menos intensas com o passar dos anos, pela viuvez e, em muitos casos, pela queda na autoestima, são alguns complicadores.

Muitas vezes, os idosos não manifestam suas queixas ou, quando fazem, o problema não recebe a atenção devida no sentido de se buscar o tratamento adequado.

Um estudo realizado em parceria entre as universidades de Cambridge, East Anglia, Newcastle e Nottingham, todas no Reino Unido, mostrou que a proporção de idosos acima dos 65 anos que fazem uso de antidepressivos mais do que dobrou nas últimas duas décadas.

Apesar do aumento no uso das medicações, foi observada pouca mudança no número de casos de idosos diagnosticados com depressão.

Os estudos foram realizados e dois momentos: entre 1991 e 1993 e entre 2008 e 2011, envolvendo mais de 15 mil pessoas com mais de 65 anos da Inglaterra e País de Gales. O objetivo era verificar se o quadro de depressão e o uso dos antidepressivos apresentavam alguma alteração.

No primeiro período da pesquisa, constatou-se que 4,2% tomavam remédios para depressão. Vinte anos depois, esse número saltou para 10,7%. Nas duas fases do estudo, a doença era mais predominante nas mulheres.

O aumento da expectativa de vida, por si só, é uma conquista para a humanidade.

É o resultado das melhorias das condições de saneamento básico, acesso à saúde, prevenção e controle de doenças crônicas, dentre outros avanços.

Contudo, não basta apenas adicionar anos à vida. É fundamental viver com uma qualidade que assegure uma terceira idade tranquila, autônoma e feliz.

A depressão é uma realidade entre idosos e exige tratamento, mas a terapia precisa ir além dos remédios.

A família é um pilar essencial nesse processo de diagnóstico e cura, a começar por não ignorar sinais de alerta, como insônia, falta de apetite, murmurações exageradas, problemas de memória e dores que não têm uma causa bem explicada.

O recolhimento e a tristeza não podem ser vistos como traços naturais da velhice. É um estereótipo que, além de equivocado, dificulta a identificação de problemas mais sérios, como a depressão, por exemplo.

Faltam estudos para mostrar a realidade do uso de antidepressivos entre idosos brasileiros, mas é fundamental focar na importância da prevenção e do cuidado.

Não vamos deixar nossos idosos caírem no isolamento. Cuidados e esforços em conjunto vão permitir que eles vivam felizes também no auge de sua maturidade.

GUSTAVO GENELHU é médico geriatra

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